A FDA, a agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos, aprovou nesta segunda-feira (07/06) um novo remédio, desenvolvido pela empresa de neurociência Biogen, para o tratamento do Alzheimer.
A concessão autorizada pela FDA foi realizada de forma acelerada, o que exigirá da Biogen mais pesquisas sobre os benefícios da nova droga para que ela possa se manter em comercialização.
Segundo o relatório da agência regulatória norte-americana, o medicamento liberado permite a redução da proteína prejudicial amiloide, que obstrui o cérebro de pacientes com Alzheimer.
Os pesquisadores se dividem a respeito dos resultados do novo tratamento. Alguns alegam que o papel da amiloide precisaria ser checado. Em uma primeira análise feita pela Biogen, contatou-se que a droga era ineficiente. No entanto, após um segundo estudo, com dosagens elevadas da droga, pode-se frear a progressão da doença em 22% dos casos em um intervalo de 18 meses.
Todavia, os cientistas céticos afirmaram que o resultado satisfatório poderiam ser fruto do acaso e reivindicaram uma terceira pesquisa conclusiva.
O novo remédio, que terá o nome Aduhelm, será produzido por meio da parceria da Biogen com a empresa japonesa Eisai. Segundo reportagem da Bloomberg, o custo anual para o tratamento com a nova droga será de US$ 56 mil.
Desde 2003 a FDA não aprovava um novo medicamento para o tratamento do Alzheimer. Os remédios aprovados anteriormente pela agência dos EUA não tinham a capacidade de frear a progressão da doença, mas apenas reduzir os seus sintomas.
“Este momento histórico é a culminação de mais de uma década de pesquisas no complexo campo da doença de Alzheimer”, disse o CEO da Biogen, Michel Vounatsos, em uma afirmação por e-mail.
Apesar das dúvidas em relação à eficácia do medicamento no meio científico, o diretor do escritório de novas drogas da FDA, Peter Stein, afirmou que os pacientes estão dispostos a ingerir o medicamento mesmo com as incertezas médicas. “Ouvimos muito claramente dos pacientes que eles estão dispostos a aceitar algumas incertezas para ter acesso a um medicamento que pode fornecer um benefício significativo na prevenção da progressão desta doença que, como todos sabemos, pode ter consequências devastadoras”, afirmou Stein em uma coletiva.
Fonte: Época