O bispo da Dom Gilberto Pastana de Oliveira foi nomeado pelo Papa Francisco, nesta quarta-feira (02), como arcebispo de São Luís, no Maranhão, sucedendo Dom José Belisário da Silva que renunciou da função por ter atingido a idade máxima de 75 anos. Com isso, ele deixa a Diocese de Crato, responsável por 33 paróquias da região do Cariri, que comanda desde 2016. O cargo segue vacante, assim como está, atualmente, a Diocese de Iguatu.
Segundo o Código de Direito Canônico, documento que regulamenta as leis da Igreja, Dom Gilberto tem um prazo de 60 dias para assumir a nova função, mas desde agora já é arcebispo metropolitano do Maranhão. Enquanto isso, a Diocese de Crato segue sem bispo para comandá-la, dependendo unicamente da Santa Sé.
Com a saída dele, o Colégio de Consultores, que auxilia na tomada de decisões, tem oito dias para eleger um administrador diocesano que dirigirá os trabalhos interinamente, mas com limitações. Ele não pode, por exemplo, autorizar a ordenação de padres nem transferi-los para outras paróquias.
Dom Gilberto Pastana conta que recebeu esse pedido do Papa Francisco com muita alegria e espera continuar cumprindo a missão que o Senhor confiou para ele. “O tempo sempre foi o tempo de Deus. Quando nós somos ordenados, somos ordenados para a lição. O Evangelho de Domingo, nos mostrava o mandato de Jesus: ide pelo mundo e anunciai a todos o Reino”, disse.
Apesar de ficar cinco anos no Cariri, ele acredita que isso pode parecer pouco tempo do ponto de vista “cronológico”, mas foi grande diante da experiência vivida. Em sua gestão, ajudou no processo de beatificação de Benigna Cardoso, mártir de Santana do Cariri, que aguarda apenas a data de sua cerimônia e, também, esteve presente nas romarias de Juazeiro do Norte.
“Cada Igreja diocesana tem suas especificidades dentro de um plano geral de evangelização. Aqui, foi muita rica nossa experiência de planejamento participativo, que faz uma pastoral de conjunto, valorizando os diversos conselhos paroquiais e diocesanos. Foi muito rica nossa esperança de comunhão e participação”, acredita o sacerdote.
Antes de deixar o Cariri, fez um pedido: “Peço que rezem por mim. Que eu possa ser fiel a missão que o senhor está me confiando”.
“Tenho gratidão a todos que acreditaram no nosso projeto de Igreja. Quero lembrar as lideranças, catequistas, à nação romeira, aos devotos de Benigna, ao clero. Levo vocês no meu coração.”
Dom Gilberto, bispo
A expectativa de Dom Gilberto, ao pisar em São Luís, é conhecer as paróquias maranhenses. “Espero que a gente possa, em um curto espaço de tempo, apesar das condições da pandemia, das limitações, visitar, quem sabe, todas as igrejas e reunir diversas expressões e os conselhos para caminharmos juntos”.
Histórico
Paraense de Boim, Dom Gilberto nasceu em 29 de julho de 1956. Estudou Filosofia na Universidade Federal do Pará e no Instituto de Pastoral Regional (IPAR), onde também cursou Teologia. Sua ordenação sacerdotal ocorreu em 27 de julho de 1985, na paróquia Cristo Libertador de Santarém (PA). É mestre em Teologia Espiritual pela Faculdade Teresianum, em Roma.
Em 18 de maio de 2016, o Papa Francisco o nomeou bispo coadjutor da diocese de Crato. Sua apresentação aconteceu na Sé Catedral Nossa Senhora da Penha, em Crato, no dia 17 de julho de 2016. Dom Gilberto exerceu o ofício de bispo coadjutor até sua nomeação como bispo diocesano, em 28 de dezembro de 2016.
Desde 2016, dom Gilberto é bispo referencial para a Liturgia e para as CEBs no Regional Nordeste 1 da CNBB. Em 11 de junho de 2018 foi homenageado em Sessão Solene no Salão de Atos da Universidade Regional do Cariri (URCA), onde recebeu da Câmara Municipal o Título de Cidadão Cratense.
Por Antonio Rodrigues
Fonte: Diário do Nordeste