Um estudo publicado nesta quarta-feira (14) na Science, uma das principais divulgadoras científicas do mundo, cita o Ceará como um estado “resiliente” no enfrentamento à Covid-19 e afirma que ações locais realizadas pelo estado tiveram sucesso em prevenir ainda mais mortes pela doença, mesmo diante das dificuldades em lidar com a pandemia.
“Mesmo que o Ceará também tenha vivenciado um quase colapso no sistema hospitalar entre o fim de abril e o meio de maio, e teve circulação silenciosa do vírus mais de um mês antes do registro oficial do primeiro caso, o estado esteve em 6º lugar no movimento de casos, mas foi o antepenúltimo em mortes. Isso sugere que mesmo com a propagação continuada do vírus, ações locais tiveram sucesso em prevenir fatalidades”, afirma o estudo, assinado por dez cientistas do Brasil e dos EUA, liderado pela demógrafa Márcia Castro, professora da Universidade Harvard.
A publicação também reforça as diferenças no combate à propagação da Covid-19 em diferentes estados brasileiros, citando mais uma vez o Ceará.
“Nossos resultados […] também mostram que alguns estados foram resilientes, como o Ceará, enquanto outros que comparativamente tinham mais recursos não conseguiram conter a propagação do Covid-19, como o Rio de Janeiro”, diz o estudo.
Na tarde desta quinta-feira (15), em live para comentar sobre a situação da Covid-19 no estado do Ceará, o secretário estadual da Saúde, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, citou os resultados da publicação no enfrentamento à enfermidade. “Entidades internacionais, recentemente publicado na Science, mostram que o Ceará está entre os estados que melhor enfrentou a pandemia da Covid no ano de 2020”, comentou.
Combate à Covid-19
De acordo com o estudo publicado na Science, o fracasso brasileiro no combate à pandemia pode ser parcialmente atribuído a falhas de gestores públicos em diferentes lugares. O estudo afirma, ainda, que o peso do governo federal “tem um tamanho proporcionalmente muito maior na tragédia”.
“Apesar de nenhuma narrativa única explicar a diversidade do espalhamento do vírus no Brasil, uma falha maior em implementar respostas ágeis, coordenadas e equânimes no contexto de desigualdades locais marcantes alimentou a disseminação da doença”, diz o estudo.
Fonte: G1 CE