Somente cinco das 184 cidades cearenses estão dentro da classificação de nível alerta “moderado” para transmissão da Covid-19. Para o restante dos 179 municípios, isto é, 97,29% de todo território do Estado, os níveis de alerta estão em “alto” ou “altíssimo”. Os dados são do IntegraSus, plataforma oficial da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e dizem respeito às semanas epidemiológicas 7 e 8, referentes aos dias 14 a 27 de fevereiro.
Municípios com nível “moderado” de alerta para transmissão
• Russas;
• Jaguaribe;
• Alto Santo;
• Perreiro;
• São João do Jaguaribe.
Estes números quando comparados a semana epidemiológica anterior (dias 7 a 20 de fevereiro) indicam forte piora no cenário pandêmico do Estado. Há sete dias, 18 municípios estava no nível “moderado”, 91 no nível “alto” e outros 75 no “altíssimo”. Agora, o número se inverteu. São 101 no nível “altíssimo” e 78 no “alto”.
Das cinco cidades cearenses com maior concentração de casos da Covid-19, apenas Juazeiro do Norte está na classificação de nível “alto”. Fortaleza, Caucaia, Maracanaú e Sobral estão classificadas como nível “altíssimo”. Juntas, elas respondem por mais metade dos casos de todo o Estado.
Cenário da Covid-19 se agrava no Ceará
• Moderado passou de 18 para 5
• Alto passou de 91 para 78
• Altíssimo passou de 75 para 101 – aumento de 34,66%
A incidência de casos de Covid-19 por dia para cada 100 mil habitantes também se agravou. Se na semana anterior esse número estava em 140,6, agora subiu para 162,3, com tendência crescente. A taxa de letalidade igualmente externa a criticidade do atual momento do Estado. Era de 1,3% com tendência de estabilidade, agora saltou para 2%, com tendência de alta.
Já taxa de positividade em testes RT-PCR atingiu a marca de 29,8%, mas com uma leve tendência decrescente – na semana epidemiológica anterior era de 29,3%. O percentual de ocupação nos leitos UTI-Covid chegou a 89,5%, embora apresente tendência decrescente, segundo o IntegraSus.
Entenda as classificações
NOVO NORMAL – taxa de ocupação dos leitos menor que 70%; taxa de letalidade menor que 1; percentual de positividade de testes para diagnóstico de Covid-19 menor que 25%.
MODERADO – taxa de ocupação dos leitos entre 70% e 80%; taxa de letalidade entre 1 e 2; percentual de positividade de testes para diagnóstico de Covid-19 entre 25% e 49,9%.
ALTO – taxa de ocupação dos leitos entre 80,1% e 95%; taxa de letalidade entre 2 e 3; percentual de positividade de testes para diagnóstico de Covid-19 entre 50% e 75%.
ALTÍSSIMO – taxa de ocupação dos leitos maior que 95%; taxa de letalidade maior que 3; percentual de positividade de testes para diagnóstico de Covid-19 maior que 75%.
É analisado ainda indicadores com incidência de casos de Covid-19 por dia / 100 mil habitantes e internações pelos CIDs causas respiratórias. Para o município ser classificado no nível “moderado”, por exemplo, ele tem que ter todos os indicadores enquadrados nessa faixa. Quando um deles ultrapassa, o município avanço no nível de risco de transmissão.
Governo recomenda adoção de ações para conter a Covid
A Sesa recomenda uma série de ações para serem adotadas em caso de criticidade de cada um desses indiciadores. Quando há alta taxa de ocupação nos leitos exclusivos ao tratamento de pacientes infectados pela Covid-19, as orientações são “reforçar ações de monitoramento de casos suspeitos, para acabar com cadeias de transmissão e aumentar a oferta de leitos de UTI-Covid”.
Quando se identifica alta taxa de letalidade por decorrência do novo coronavírus, as ações indicadas pela Sesa são “adaptar protocolos de tratamento, acompanhando evolução do conhecimento científico sobre melhores práticas e investir na ampliação de testagem”.
Para alta incidência são quatro as recomendações: adaptar protocolos de rastreamento de contatos e monitoramento de casos suspeitos de acordo com o nível de alerta; dimensionar equipamentos de saúde, adaptando a capacidade de resposta à possível demanda por cuidados hospitalares; adaptar ações para diminuir contatos na sociedade, como fechamento de espaços públicos, e comunicar a necessidade de evitar aglomerações e editar decretos e orientar a população a adotar comportamentos que diminuam o contágio, como o uso de máscaras e outras medidas profiláticas.
Por André Costa
Fonte: Diário do Nordeste