A Justiça do Rio decidiu suspender a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) do exercício das suas funções públicas. Os desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro acompanharam por unanimidade o voto do relator Celso Ferreira Filho, em julgamento feito hoje à tarde por videoconferência.
A decisão será encaminhada em um prazo de 24 horas à Câmara dos Deputados, em Brasília. A parlamentar é acusada de ser mandante do assassinato do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo, morto a tiros no dia 16 de junho de 2019 na casa da família em Niterói, região metropolitana do Rio.
A decisão será encaminhada ao plenário da Câmara dos Deputados para que seja decidido se o afastamento será mantido, de acordo com a Constituição Federal. Além do afastamento do cargo, Flordelis e outros 10 acusados, entre filhos naturais e adotivos, aguardam a decisão da 3ª Vara Criminal de Niterói para saber se irão a júri popular.
Em seu voto, o desembargador Celso Ferreira Filho disse que a condição de parlamentar garante a Flordelis uma situação privilegiada na defesa do processo em relação aos outros réus. “Tanto assim, que não foi ela levada ao cárcere”, argumentou.
O desembargador ainda disse que as ações da deputada citadas nos autos do processo podem significar interferência na apuração do caso.
“Veja-se que nas redes sociais há evidências de diálogos indicativos do poder de intimidação e de persuasão que [Flordelis] exerce sobre testemunhas e corréus. Igualmente, não há dúvidas que, pela função que exerce, possui ela meios e modos de acessar informações e sistemas, diante dos relacionamentos que mantém em virtude da função parlamentar”
Desembargador Celso Ferreira Filho, relator
Fonte: UOL