Em menos de quatro meses, dois acidentes graves, tendo crianças como vítimas, foram registrados no trecho da CE-536 que corta a zona rural de Iguatu, na região Centro-Sul cearense. Um motociclista morreu. Os moradores cobram a instalação de fotossensores com o objetivo de reduzir a velocidade de tráfego na via.
O mais recente caso teve como vítima a neta, de oito anos de idade, da aposentada e dona de casa Luíza Henrique de Oliveira. A menina foi atropelada no último sábado (30) por uma moto, ao tentar atravessar a via. “Temos muitos acidentes com mortes aqui nessa estrada e estamos muito apavorados com essa situação porque vai morrer mais gente aqui”, prevê.
Segundo Luíza Henrique, os carros e motos não respeitam as faixas de pedestres e trafegam em alta velocidade. “Aqui tem muitas crianças e idosos e depois que passaram o asfalto ficou muito perigoso”, reforça a dona de casa. “Se não tomarem providências, a comunidade vai se reunir e quebrar o asfalto”.
Estrada se tornou trecho estadual em 2020
A rodovia tem cerca de 12 km de extensão e liga a zona rural de Iguatu – sítios Gameleiras, Barra e Cavaco – à Vila Antonico, em Quixelô. Era uma estrada vicinal, de terra, mas passou a ser trecho estadual em 2020, e a via foi asfaltada.
São constantes relatos de acidentes envolvendo moradores da região. Naiara Bezerra, operadora de caixa, observa que “a estrada se torna ainda mais perigosa pela falta de respeito aos limites de velocidade”. A via tem faixas de pedestres e sinalizações verticais e horizontais.
No início deste ano, houve instalação de sistemas limitadores de velocidade – faixas brancas no asfalto e tachões. Mesmo assim, os acidentes continuam ocorrendo. Os moradores apontam pelo menos cinco pontos críticos na rodovia, principalmente próximo às casas, e cobram a instalação de lombada eletrônica.
O diretor do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) de Iguatu, Jackson Barbosa, lembrou que a responsabilidade pela fiscalização e sinalização da via é do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), porque é uma rodovia estadual. “A gente realiza ações educativas com o objetivo de orientar os condutores”, pontuou.
Riscos
Para o engenheiro de trânsito João de Oliveira Júnior, “transformar estradas municipais em vias estaduais, apenas por lei, seguindo o mesmo traçado, sem alargar e realizar outras obras de infraestrutura, onde há casas próximas, traz esse tipo de problema por causa do aumento do fluxo de veículos”, pontuou.
O Departamento Estadual de Trânsito do Ceará informou, por nota, que concluiu em novembro de 2020 o projeto de sinalização e implantação de redutores físicos de velocidade da CE-536.
O Detran frisou que “a instalação de Linhas de Redução de Velocidade (LRV) no asfalto funciona como elemento que estimulam a diminuição da velocidade, emitindo alertas para os motoristas trafegarem com atenção”. O órgão frisou que vai “reforçar a fiscalização no trecho com viaturas e agentes próximos ao local”.
Por Honório Barbosa
Fonte: Diário do Nordeste