O Ceará permanece em alerta para Covid-19: 68,5% dos municípios está com nível elevado de alerta, registrando transmissão “alta” ou “altíssima”. São 126 das 184 cidades do Estado. Outros 50 municípios estão em situação “moderada”, enquanto apenas oito são considerados com baixa transmissão do coronavírus (Sars-Cov-2), agente transmissor da doença.
As informações foram obtidas a partir do painel IntegraSUS nesta quinta-feira (28). A plataforma da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) disponibiliza dados sobre a situação da pandemia em território cearense.
Em levantamento similar, também feito pelo Diário do Nordeste no último dia 20, o número de cidades com baixa transmissão reduziu de 15 na semana passada para 8 no cálculo feito nesta manhã. O acumulado de municípios com nível moderado também caiu entre os dois intervalos, descendo de 62 cidades na semana passada para 50 no levantamento atual.
Mais cidades em níveis altíssimo e alto
Em contrapartida, a quantidade de cidades com níveis elevados cresceu: na semana passada, 47 foram caracterizadas como nível altíssimo e 41 com potencial alto. Nesta quinta, o número de municípios com nível altíssimo subiu para 62, enquanto 64 passaram a ser classificadas como nível alto.
A situação é mais preocupante na superintendência de saúde do Litoral Leste. Todas as 20 cidades da área estão são consideradas de risco “alto” ou “altíssimo”. O Cariri aparece em seguida, com contágio elevado em 33 das 45 cidades que compõem a região. Sobral indica uma marca similar: dos 55 municípios na região saúde, 33 estão com transmissão “alta” ou “altíssima”. Dão seguimento às regiões de Fortaleza (28 de 44 cidades) e Sertão Central (12 de 20).
Segunda onda está se iniciando, diz infectologista
O agravo acelerado da situação aponta um segundo momento da pandemia no Ceará, avalia o infectologista Roberto da Justa. “Nós não temos a intensidade que nós observamos na primeira onda, mas temos claramente uma segunda onda se iniciando. É fruto da flexibilização das medidas de isolamento, principalmente depois da campanha eleitoral e dos festejos de fim de ano. O vírus continua circulando e se aproveitou dessa flexibilização”, articula o especialista, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Apesar da ascensão ser preocupante, as consequências a longo prazo ainda são incertas. Tudo depende da resposta das autoridades de saúde e da adesão por parte da população às medidas sanitárias.
“É muito imprevisível como essa segunda onda se comportará nas próximas semanas. No cenário mais pessimista, podemos ter uma nova elevação de casos e óbitos, o que não é desejado, porque vai sobrecarregar o sistema de saúde, principalmente o público”, projeta o infectologista, que recomenda “distanciamento, uso de máscara e lavagem das mãos” como principal prevenção contra o vírus.
Também professor da Faculdade de Medicina da UFC, o médico Jarbas Roriz Filho percebe na aceleração uma similaridade com a situação atual de países europeus, “sobretudo em Portugal”. Ele projeta que “vamos passar por uma situação semelhante, com pressão na rede de saúde”, calcula o docente, membro da comissão de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Por ora, o investimento deve ser direcionado para proteção dos grupos de risco e imunização, defende.
“A campanha deve seguir enquanto a gente tiver doses. O problema é que a quantidade de vacinas é insuficiente para cobertura ideal. A imunização é uma medida de bloqueio epidemiológico, mas para ela ser eficiente ela precisa alcançar uma parte de cobertura alta. Vai diminuir a pressão no sistema de saúde e reduzir a mortalidade. Essa vacina que está sendo aplicada tem uma segunda dose”, complementa o especialista.
Confira a situação do seu município
Nível baixo de transmissão:
Brejo Santo
Carnaubal
Graça
Morrinhos
Pentecoste
Quiterianópolis
Reriutaba
Senador Sá
Nível moderado de transmissão:
Acarape
Aiuaba
Apuiarés
Aracoiaba
Aratuba
Banabuiú
Barreira
Cariré
Catarina
Chaval
Choró
Chorozinho
Crateús
Granja
Granjeiro
Guaramiranga
Iguatu
Ipueiras
Irauçuba
Itapipoca
Itarema
Madalena
Maracanaú
Maranguape
Massapê
Meruoca
Milha
Miraíma
Missão Velha
Moraújo
Mulungu
Nova Olinda
Pacujá
Paracuru
Paraipaba
Pedra Branca
Pindoretama
Piquet Carneiro
Pires Ferreira
Quixadá
Quixelô
Quixeramobim
Salitre
Santana do Acaraú
Santana do Cariri
São Gonçalo do Amarante
Sobral
Tianguá
Umari
Varjota
Nível alto de transmissão:
Abaiara
Acaraú
Alcântaras
Amontada
Aquiraz
Ararendá
Arneiroz
Aurora
Barbalha
Barroquinha
Beberibe
Boa Viagem
Camocim
Capistrano
Caridade
Cascavel
Coreaú
Eusébio
Frecheirinha
Groaíras
Horizonte
Ibaretama
Ibicuitinga
Icapuí
Icó
Independência
Ipaumirim
Ipu
Iracema
Itapajé
Itatira
Jaguaribe
Jaguaruana
Jati
Jijoca de Jericoacoara
Juazeiro do Norte
Jucás
Lavras da Mangabeira
Limoeiro do Norte
Marco
Martinópole
Mauriti
Milagres
Mombaça
Monsenhor Tabosa
Morada Nova
Mucambo
Nova Russas
Pacajus
Pacatuba
Palmácia
Poranga
Potiretama
Quixeré
Redenção
Russas
Saboeiro
São Benedito
Tabuleiro do Norte
Tauá
Tejuçuoca
Trairi
Tururu
Ubajara
Nível altíssimo de transmissão:
Acopiara
Altaneira
Alto Santo
Antonina do Norte
Aracati
Araripe
Assaré
Baixio
Barro
Baturité
Bela Cruz
Campos Sales
Canindé
Cariús
Catunda
Caucaia
Cedro
Crato
Croatá
Cruz
Deputado Irapuan Pinheiro
Ererê
Farias Brito
Forquilha
Fortaleza
Fortim
General Sampaio
Guaiúba
Guaraciaba do Norte
Hidrolândia
Ibiapina
Ipaporanga
Itaiçaba
Itaitinga
Itapiúna
Jaguaretama
Jaguaribara
Jardim
Novo Oriente
Ocara
Orós
Pacoti
Palhano
Parambu
Paramoti
Pentecoste
Pereiro
Porteiras
Potengi
Santa Quitéria
São João do Jaguaribe
São Luís do Curu
Senador Pompeu
Solonópole
Tamboril
Tarrafas
Umirim
Uruburetama
Uruoca
Várzea Alegre
Viçosa do Ceará
Fonte: Diário do Nordeste