Em Juazeiro do Norte, a vacinação teve início por volta das 8 horas. A escolhida para dar início ao processo de imunização foi a auxiliar de Serviços Gerais, Maria Auxiliadora Lima da Silva, de 44 anos. Ela disse ter sido comunicada da vacinação “minutos antes”, mas, apesar da surpresa, se mostrou emocionada.
“É uma alegria muito grande. Fica até difícil encontrar palavras para descrever esse momento. Todo dia a gente lida com pacientes graves. Durante meses vemos o sofrimento das famílias, então essa vacina traz esperança, muita esperança”.
Após a vacinação, Auxiliadora incentivou outras pessoas a tomarem o imunizante. “Não tenham medo. Essa vacina só trará benefício para todos. Peço que todos tomem [a vacina] para que a pandemia seja superada”.
Das três principais cidades do Cariri (Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha), Juazeiro do Norte foi a que recebeu o maior número de doses da CoronaVac. As 3.106 doses chegaram ontem a noite, por volta das 23h30. O quantitativo representa 34% dos 9.175 profissionais de saúde de Juazeiro do Norte. A secretária da Saúde do Município, Francimones Albuquerque explicou que hoje a tarde serão vacinados os profissionais da Unidade Sentinela e, amanhã (20), os que atuam nos hospitais da cidade.
“Agora pela manhã vacinamos 15 profissionais da UPA Covid, aqui no bairro Lagoa Seca e a tarde vamos vacinar outros 16 da Unidade Sentinela. Amanhã vamos nos deslocar até os profissionais para evitar aglomeração”, detalhou Francimones.
O coordenador da Unidade Covid de Juazeiro do Norte, George Bringel, analisa que o fato de ter toda sua equipe vacina confere mais segurança no momento de trabalhar. “Todos ficamos mais tranquilo. E esse sentimento reflete no resultado do trabalho. Todos nós tivemos que nos readequar desde o início da pandemia. Então essa vacina é um marco. Representa um grande avanço”.
A tranquilidade a qual se refere Bringel é compartilhada pelo maqueiro Alcione Ferreira Passos, de 46 anos. Ele foi um dos vacinados na manhã desta terça em Juazeiro do Norte e confessou “que trabalhava com bastante medo”. Atuando na Unidade há 7 meses, Alcione relata que, apesar de não ter contraído o vírus, amigos e parentes já se contaminaram e ele, então, presenciou de perto “o sofrimento”.
“Quem pegou sabe: é uma doença que maltrata bastante e deixa sequelas. Graças a Deus nunca tive, mas sei o sofrimento que é. Eu trabalhava com muito medo de me contaminar. Redobrei os cuidados. Era um ritual diário. Foram meses difíceis, duros, mas que agora tende a mudar com a chegada dessa vacina”, relatou.
Por Antonio Rodrigues
Fonte: Diário do Nordeste