A Secretaria de Saúde de Crato está investigando um procedimento de eutanásia feito em um cachorro sadio, que teria sido realizado no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), na última segunda-feira (30). Segundo a denúncia da Associação Defensora dos Animais Carentes (Adac), a tutora abandonou o animal após 13 anos de convívio por estar com idade avançada. O veterinário que teria realizado o sacrifício do cão pode ser autuado.
A Adac recebeu a informação a partir de um funcionário do próprio CCZ. Imediatamente, ativistas da causa animal estiveram no equipamento e localizaram o cão morto, armazenado em um freezer. Ontem (1), um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia Regional de Crato contra a tutora e o servidor responsável pela eutanásia. Os dois serão investigados e podem responder por crime ambiental.
A presidente da Adac, Mariângela Bandeira, conta que só foi possível entrar no CCZ e localizar o animal com o auxílio da Polícia e de um vereador, que também recebeu a denúncia. “A tutora abandonou sem piedade e ele foi eutanasiado negligencialmente pelo veterinário do CCZ”, afirma.
Segundo Mariângela, através do relato do funcionário do CCZ que fez a denúncia, a justificativa para abandonar o animal era que ele “já deu o que tinha que dar, está velho”, conta.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Crato informou que assim que tomou conhecimento do caso, a Coordenação de Vigilância em Saúde, juntamente com a Procuradoria Geral do Município, se fez presente ao local para apuração dos fatos e tomar as providências cabíveis.
“Destacamos ainda que lamentamos profundamente a suspeita de participação de um colaborador da instituição como mencionado nos vídeos e nas publicações, e que, em respeito à lei e ao estatuto do servidor, os fatos serão devidamente apurados de forma administrativa, através de abertura de processo ético-disciplinar, no qual será ofertado o contraditório e ampla defesa”, explicou.
A Secretaria de Saúde reforçou ainda que os servidores do Centro de Zoonoses sempre pautaram suas condutas profissionais nas normas legais inerentes à profissão. “Reiteramos o compromisso com a formação profissional e ética dos nossos profissionais, com respeito à vida e ao bem estar animal”, completou a nota.
A reportagem tentou localizar o servidor supostamente envolvido no procedimento e a tutora que teria abandonado o animal, mas não tivemos retorno até a publicação desta matéria.
Por Antonio Rodrigues
Fonte: Diário do Nordeste