O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) completou 20 dias sem parabenizar o democrata Joe Biden pela vitória nas eleições americanas.
Biden foi projetado presidente eleito pelos meios de comunicação nos Estados Unidos em 7 de novembro, tendo derrotado o atual presidente Donald Trump.
O republicano afirma, sem provas, ter sido vítima de uma fraude eleitoral.
A resistência de Trump em admitir que foi derrotado abriu as portas para uma transição de poder marcada por turbulência nos EUA.
Bolsonaro é admirador de Trump e disse publicamente torcer por sua reeleição.
Ao não felicitar Biden, o brasileiro se uniu a um pequeno grupo de chefes de governo —entre eles o mexicano Andrés Manuel López Obrador e o russo Vladimir Putin— que ainda não parabenizaram o democrata.
Por outro lado, as principais economias do mundo enviaram suas congratulações a Biden pouco depois das projeções das redes americanas.
Fazem parte dessa lista o premiê britânico, Boris Johnson, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron.
Até mesmo o líder da China, Xi Jinping, telefonou nesta semana para Biden e o cumprimentou pelo êxito nas urnas. Pequim é considerada hoje a maior antagonista dos Estados Unidos na arena global.
Nas relações internacionais, o envio de mensagens de felicitações após uma eleição é um ato meramente simbólico. A decisão de Bolsonaro de não comentar o resultado eleitoral nos EUA tem sido interpretada como um sinal de fidelidade a Trump.
O silêncio de Bolsonaro não contrasta apenas com a postura de outros governantes. Também diverge do comportamento de ex-presidentes brasileiros, que não demoraram em enviar cumprimentos a líderes americanos recém-eleitos.
Segundo assessores presidenciais, Bolsonaro deve esperar até o dia 14 de dezembro para enviar os cumprimentos a Biden. Isso porque o Colégio Eleitoral americano se reúne nessa data para oficializar o resultado do pleito.
Fonte: Folhapress