Marcada para acontecer no dia 27 de novembro, a Black Friday 2020 deve ser a maior de todos os tempos. De acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as vendas online devem crescer 77% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo R$ 6,9 bilhões. A explicação para o aumento tem a ver com a adesão de novos hábitos de consumo pelos brasileiros, que passaram a realizar compras em ambientes virtuais com mais frequência durante a quarentena.
Junto com a temporada de promoções estão os golpes, que aumentam consideravelmente nessa época do ano. Segundo um levantamento feito pela Konduto, dos R$ 1,3 bilhão em pagamentos analisados pela empresa ao longo dos quatro principais dias de Black Friday no ano passado, mais de R$ 31 milhões eram de origem fraudulenta.
De acordo com Ralf Germer, CEO e cofundador da PagBrasil, fintech brasileira de processamento de pagamentos para e-commerce ao redor do mundo, a cada ano as fraudes se tornam mais criativas. No entanto, um tipo de crime muito comum são as páginas de e-commerces falsas, onde o fraudador cria um site de produto idêntico ao de um grande varejista, porém em outro domínio. Sem perceber a diferença e acreditando estar realizando a compra em uma loja confiável, o usuário faz o pedido e, em seguida, recebe no seu e-mail um boleto fraudado.
Especialista em pagamento por boleto, Ariane Pelicioli, fundadora da fintech Boletão e cofundadora da startup iUPay, ambas reconhecidas pelo InovAtiva Brasil, orienta que o consumidor verifique os documentos que receber. “Durante a Black Friday as pessoas costumam realizar diversas aquisições em um curto período de tempo. Por esse motivo, todos devem redobrar a atenção para pagar apenas os boletos que estiverem relacionados com as suas compras”, afirma ela.
Como identificar um boleto falso?
Germer explica que todo boleto emitido é registrado pelo banco emissor na Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), com dados do beneficiário e do pagador. Portanto, os consumidores têm que se certificar de que o nome do beneficiário e o CNPJ estão no nome da loja ou da processadora de pagamentos utilizada pelo e-commerce.
“O boleto bancário é o segundo método de pagamento mais utilizado no Brasil e, diferente dos cartões de crédito, é uma alternativa que não permite estornos. Os consumidores devem evitar, ao máximo, lojistas que tenham a intenção de finalizar a compra em aplicativos de conversas, na tentativa de convencê-lo a realizar uma transferência bancária com um super desconto”, diz.
Ainda segundo o especialista, a melhor forma do cliente ter certeza de que está realizando um pagamento seguro é buscar o nome da loja no Google para garantir que está acessando a loja original.
Outra dica muito valiosa é: fique atento ao valor do boleto! Em todos os boletos bancários, os últimos números do código de barras se referem ao valor do documento – ou seja, se ele termina em 40235, significa que a quantia a ser paga é de R$ 402,35. “Dessa forma, se essas informações forem divergentes, o consumidor consegue identificar se ele é verdadeiro ou fraudulento. Por isso, preste atenção nos detalhes”, enfatiza Tom Canabarro, CEO e cofundador da Konduto.
Canabarro ressalta que é fundamental verificar se os dados bancários, como agência e conta, estão escritos de forma legítima – um documento que tenha essas informações apagadas ou substituídas por símbolos é um sinal de alerta. “O consumidor deve se atentar ao código de barras: ele representa a sequência de números do próprio boleto. Caso este campo esteja danificado ou com algum indício de violação, o cliente é “obrigado” a digitar a sequência numérica, que pode ter sido alterada”, comenta Tom.
Além disso, é importante se certificar de que o nome do beneficiário do pagamento corresponde a identidade da loja. “Fique atento também se o boleto que você acabou de receber está realmente em seu nome. Você pode utilizar o DDA do seu banco para confirmar se o documento recebido foi registrado e está realmente em seu nome. Isso irá lhe trazer maior segurança para realizar o pagamento”, completa Ariane.
Segundo ela, verificar a autenticidade do site e a reputação do vendedor são outros fatores que ajudam na prevenção a boletos fraudulentos. Em parceria com a iUPay, em breve o usuário do Boletão poderá acessar todos os boletos emitidos em seu nome em uma única plataforma, prevenindo-se assim pagamentos indesejados.
Fonte: Tecmundo