As eleições municipais deste ano devolveram o PSL à condição de nanico na política nacional. O partido está nas últimas posições no ranking de partidos com mais candidatos eleitos —16º entre prefeitos e vereadores. O resultado das urnas também mostra desempenho ruim de Joice Hasselmann, expoente da sigla que concorreu à Prefeitura de São Paulo e teve 98,3 mil votos (1,84%).
Na disputa pela Câmara dos Vereadores da capital paulista, o resultado também foi longe do ideal. O partido despejou R$ 2,3 milhões na campanha de Abou Anni Filho e recrutou o corintiano Marcelinho Carioca para concorrer. Investimento improdutivo e nenhum deles teve sucesso.
A sigla que foi fenômeno de votos das eleições passadas terminou com uma única cadeira de vereador no maior município do país —o eleito foi Rinaldi Digilio, que recebeu 13.673 votos.
Presidente do PSL em São Paulo, Junior Bozzella atribuiu o resultado a disputas internas ocorridas a partir do rompimento com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele disse que estas situações atrapalharam a organização do partido. Mas, mesmo com este desempenho, Junior Bozzella refuta a avaliação de que o partido se tornou nanico.
Justifica que a sigla venceu em São Carlos e está no segundo turno em Sorocaba e Praia Grande, cidades relevantes do interior e litoral paulista. A direção nacional também prefere ver o lado meio cheio do copo e divulgou nota afirmando que houve crescimento de 300% no número de prefeitos eleitos.
Mas estes dados são pequenos para o partido que em 2018 fez o presidente da República e arrebatou a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados. Em São Paulo, o partido obteve cerca de 20% dos votos ao Legislativo. Mas a sigla sai desta eleição administrando somente 90 cidades brasileiras —de um total de 5,5 mil cidades.
Desempenho do PSL
Prefeitos
• No Brasil – 90 (16º no ranking)
• Em São Paulo – 09 (13º no ranking)
Vereadores
• No Brasil – 1.207 (16º no ranking)
• Em São Paulo – 158 (13º no ranking)
Para o presidente do PSL em São Paulo, o desempenho no maior colégio eleitoral do país foi prejudicado porque o tensionamento com o deputado federal Eduardo Bolsonaro —que é mesmo partido— resultou em apenas dois meses para preparar os diretórios municipais para eleições. Mas ele defende o movimento de afastar aliados do bolsonarismo por discordar das ideias deste grupo —que chama de “cavalo de troia”.
“Agora é trabalhar nossa base. Neste ano, foram dois meses de trabalho contra quatro anos dos outros”, disse.
Junior Bozzella afirma que agora os filiados ao PSL têm identidade com as bandeiras da sigla. Ele acredita que o tempo de TV e o fundo eleitoral serão suficientes para um bom desempenho na eleição parlamentar de 2022, que será fundamental para a sobrevivência do partido.
Este discurso de distanciamento do bolsonarismo é característico de quase todos os partidos ao final desta eleição. O motivo é que os candidatos ligados ao presidente tiveram um desempenho ruim.
Junior Bozzella também afirmou que não é adequado comparar o resultado deste ano com o obtido por partido como PSDB, MDB, DEM e PSD. Justificou que são siglas com máquina e organização.
A respeito do desempenho de Joice Hassellmann, o presidente do PSL de São Paulo reclamou que ela foi vítima de fake news e do gabinete do ódio desde que rompeu com o bolsonarismo. Mesmo com um desempenho bem abaixo do registrado em 2018 por ela, Junior Bozzella defendeu a candidatura pela exposição e por levar as propostas do partido.
Fonte: UOL