A seleção brasileira não podia começar melhor sua caminhada nas Eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar. Hoje (9) à noite, na Neo Química Arena, a equipe comandada por Tite goleou a Bolívia por 5 a 0, gols de Marquinhos, Firmino (2), Philippe Coutinho e Carrasco (contra).
Apesar de a Bolívia ser um adversário frágil, que vive forte crise institucional na federação e contou apenas com jogadores do campeonato local em campo, o Brasil jogou de maneira ofensiva, agressiva, com novidades estreantes em jogos oficiais (Renan Lodi e Douglas Luiz) e grande desempenho fruto de uma formação tática ousada, em que o lateral-esquerdo mais jogou como atacante num esquema 2-3-5.
O próximo jogo da seleção brasileira será na terça-feira, às 21h, fora de casa, contra o Peru. Já a Bolívia atua como mandante no mesmo dia, às 17h, contra a Argentina. Depois disso, o Brasil volta a se reunir somente em novembro.
Neymar desequilibra (de novo)
Dúvida na escalação de Tite até momentos antes de a bola rolar, Neymar foi o melhor em campo em São Paulo. Ele participou da jogada do segundo gol com o passe para assistência de Renan Lodi e ainda deu duas assistências diretas, nos terceiro e quinto gols. Aberto pela esquerda caindo para o centro do campo com dribles, passes e velocidade, o camisa 10 mostrou a razão de ser imprescindível na seleção, mesmo sem gol marcado.
Sagredos sofrem na Bolívia
Os laterais da seleção boliviana, Jesús e José Sagredo, tiveram problemas com a ofensividade da seleção brasileira e foram incomodados o tempo todo por Éverton Cebolinha [depois Rodrygo], Neymar, Philippe Coutinho e Renan Lodi.
2-3-5: programado para amassar
Nos treinos da semana, a seleção se posicionou variando entre os esquemas táticos 4-2-3-1 e 4-3-3. Mas hoje, graças ao longo tempo de posse de bola e domínio dos espaços, o time se posicionou na maior parte do tempo no 2-3-5 ou 2-4-4. Dois zagueiros mais atrás, segunda linha com Danilo, Casemiro e Douglas Luiz e Coutinho flutuando entre o meio e o ataque, onde apareceram Éverton, Neymar, Firmino e Renan Lodi.
Encurradada, a Bolívia povoou a entrada da área para tentar dificultar, mas o Brasil também é especialista no perde-pressiona, quando você é desarmado e luta até recuperar a bola. Uma seleção programada para amassar.
E também tem goleiro
O Brasil fez dois gols no primeiro tempo e aumentou a vantagem logo aos três minutos da etapa complementar. Poucos minutos depois, o boliviano Bruno Miranda cortou da esquerda para dentro, viu chance e chutou forte em direção ao gol. Weverton, que mal havia encostado na bola em toda a parte inicial do jogo, fez uma defesaça. Foi só o terceiro jogo do goleiro do Palmeiras, titular na ausência do lesionado Alisson, pela seleção
Laterais em noite de gala
Os dois gols marcados no primeiro tempo, aos 15 e 30 minutos, foram com assistências dos laterais, Danilo e Renan Lodi. O primeiro foi num escanteio curto cobrado por Éverton para Danilo, que cruzou na cabeça de Marquinhos. Já o segundo surgiu numa troca de passes entre Renan Lodi e Neymar pelo lado esquerdo. O cruzamento do lateral, rasteiro, encontrou Firmino no meio da área para concluir.
Aos três minutos do segundo tempo, em contra-ataque rápido, Renan Lodi acionou Neymar na ponta e o camisa 10 enfiou entre os zagueiros da Bolívia, onde encontrou Firmino para marcar o segundo dele, terceiro do Brasil. O quarto saiu aos 20, quando Coutinho invadiu a área pela direita e cruzou para Rodrygo. O cabeceio do jogador do Real Madrid bateu em Carrasco antes de entrar. Já o quinto veio sete minutos depois, com passe de Renan Lodi para Neymar, que cruzou na medida para Philippe Coutinho marcar.
Fonte: UOL