Em apenas sete dias, outubro já registra 217 focos de queimadas em vegetação no Ceará, ou seja, quase 50% do número observado em setembro passado (440). Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Desde agosto passado o Sertão cearense tem sofrido com os incêndios em áreas de mata no entorno das cidades e na zona rural.
O Inpe registrou em agosto último, 209 focos. Naquele mês, foi o maior registro dos últimos três anos para o mês. Em setembro passado foram observados 440 incêndios e, agora, em um período curto de apenas sete dias, o Inpe assinala 217. Ao longo de outubro de 2019, foram observados 1.373 focos, o maior índice para o período desde 2008.
Fatores
O Sertão cearense, que tem a Caatinga como o bioma único, enfrenta período de temperatura elevada, vegetação seca e ventos mais intensos. O conjunto dessas características favorece que o fogo se espalhe rapidamente, chegando, às vezes, próximo de casas e destruindo amplas áreas de mata nativa, capim e outras culturas permanentes, além de instalações rústicas e equipamentos nas áreas rurais.
No entanto, o major Mardens Vasconcelos, do Corpo de Bombeiros de Sobral, observa que a maioria dos incêndios em área florestal decorre direto da ação do homem.
“Existe a cultura errada e antiga de se atear fogo para a limpeza das áreas de plantio ou mesmo de forma criminosa, alguém coloca fogo em uma roça seca que se espalha para outras áreas. A gente acredita que até o fim do ano haverá mais focos na vegetação”.
Vasconcelos destaca que a realização de queimadas é ilegal nesse período do ano de acordo com decreto do governo do Estado, que estabeleceu período emergencial e proibiu qualquer tipo de fogo em vegetação.
Por Honório Barbosa
Fonte: Diário do Nordeste