A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta semana mais um teste rápido para detecção de anticorpos contra o COVID-19. Desta vez, o teste é da farmacêutica Roche, oferecendo precisão de quase 100% para identificar se a pessoa desenvolveu ou não imunidade ao novo coronavírus.
O teste da Roche é um imunoensaio cromatográfico destinado à detecção qualitativa de anticorpos contra o SARS-CoV-2 em soro, plasma ou sangue total. Quando realizado pelo menos 14 dias após o início dos sintomas, o teste apresenta a sensibilidade de 99,03% e especificidade de 98,65%. Os resultados podem ajudar na avaliação da resposta imune dos pacientes ao vírus.
“Este teste é uma nova geração de testes rápidos, mais sensível, específico e complementar aos testes laboratoriais, que fará a diferença na tomada de decisão clínica mais assertiva para fortalecer as estratégias de combate a pandemia”, destaca Antonio Vergara, presidente da Roche Diagnóstica no Brasil, em comunicado.
O exame é feito da mesma forma que os demais testes rápidos: usando sangue capilar de uma picada do dedo, o teste tem detecção qualitativa de anticorpos contra SARS-CoV-2, e o resultado sai entre 10 e 15 minutos. Segundo a Roche, os resultados são confiáveis e compatíveis aos exames laboratoriais – justamente, o que mais chama atenção é o nível de confiabilidade de quase 100%, uma vez que os testes rápidos costumam apresentar uma certa desconfiança.
Além disso, os testes de anticorpos precisam encontrar especificamente os anticorpos relacionados ao COVID-19, sem reação cruzada com outras doenças infecciosas (como a influenza). Dessa forma, os resultados são mais precisos e não geram os chamados “falsos positivos”. Daí o fato desse tipo de teste não ser unanimidade entre especialistas.
“Na situação pandêmica atual, testes que detectam as respostas dos anticorpos contra o SARS-CoV-2 serão essenciais para dar suporte ao desenvolvimento de vacinas e, também, para entender a taxa e a disseminação da infecção entre as populações e, caso as evidências científicas comprovem, determinar se uma pessoa adquiriu imunidade ou não ao novo coronavírus”, completou a Roche.
Testar a população é uma das medidas fundamentais para chegar a números mais concretos do COVID-19, tanto em questão de infectados quanto de pessoas que já tiveram o vírus, dando a real dimensão da pandemia. Um dos maiores perigos está nos pacientes assintomáticos, ou seja, que não apresentam sintomas da doença, mas carregam o vírus, podendo infectar outras pessoas. Com menos pessoas testadas e tendo acesso a um diagnóstico, mais devagar fica o combate à disseminação do vírus.
Hoje no Brasil, existem dois tipos de exames: os moleculares, para diagnóstico e pesquisa do vírus, e os imunológicos, para saber se o organismo desenvolveu anticorpos. Embora ambos verifiquem a resposta imunológica do corpo em relação ao COVID-19, o teste RT-PCR é considerado como o “padrão ouro”, pois detecta a presença do Sars-CoV-2 a partir de 24 horas após a contaminação e, em média, até o 12° dia. Este é aquele famoso exame que uma haste flexível de algodão é colocada na boca ou dentro do nariz. Além disso, dificilmente o RT-PCR apresenta falsos negativos.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil aumentou em 1.878% a realização dos testes RT-PCR contra o COVID-19, com a média diária passando de pouco mais de 1 mil, em março, para quase 23 mil, em agosto. Mesmo assim, uma pesquisa recente verificou que o Brasil ainda é um dos países que menos testa a população. Até a primeira semana de junho, a média era de 2,28 pessoas testadas a cada 100 mil habitantes. Para efeito de comparação, em Portugal essa média era de 85,81 para cada 100 mil pessoas.
Fonte: Gizmodo