A arte cearense perde a letra e voz do poeta Pedro Bandeira. Mestre da Cultura, ele tinha 82 anos e faleceu nesta segunda-feira (24), em sua residência localizada na cidade de Juazeiro do Norte. O cantador nasceu no Sítio Riacho da Boa Vista, em São José de Piranhas (PB), mas se notabilizou no rádio na região do Cariri.
O “Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste” era Filho de Tobias Pereira de Caldas e da poetisa Maria Bandeira de França. Pedro Bandeira era neto materno do famoso cantador nordestino, Manuel Galdino Bandeira. Aos 6 anos de idade já escrevia versos. Aos 17 tornou-se cantador profissional. Formou-se em Letras, Teologia e Direito.
A Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte decretou luto oficial de três dias e hasteamento das bandeiras a meio mastro, pelo falecimento do poeta, cordelista, repentista, advogado, teólogo, filósofo e cantador de viola.
A trajetória na radiofonia começou na Rádio Educadora, no Crato, quando começou a cantar em 1955. Comandou o programa de rádio “Viola e violeiros”, considerado um dos mais ouvidos do Nordeste. Pedro Bandeira ajudou padre João Câncio e Luiz Gonzaga (1912-1989) a criar a Missa do Vaqueiro em Serrita (PE) em 1970.
Reconhecimento
No ano de 2018, o poeta recebeu o título de Tesouro Vivo da Cultura pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult-CE). Em 2019 foi condecorado com a Comenda Patativa do Assaré, honraria concedida a personalidades, artistas, poetas, cantadores e pesquisadores que se destacam por suas relevantes contribuições à Cultura Popular Tradicional.
Destacou-se também na Literatura de Cordel, com mais de 100 obras publicadas e ilustradas pelos principais xilógrafos cearenses. Assinou 14 livros, entre eles o clássico “O Sertão e a Viola”
“Pedro Bandeira não era só o Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste. Ele era um grande arquiteto da literatura popular e da cantoria. Nessa matéria, foi professor e maestro. Seus versos são da grandeza dos grandes poetas clássicos da língua portuguesa”, destacou em nota o secretário da Cultura do Estado do Ceará, Fabiano Piúba.
Fonte: Diário do Nordeste