O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que o governo vai prorrogar até dezembro o pagamento do auxílio emergencial, mas não definiu o valor das parcelas. Hoje, elas são de R$ 600 ou R$ 1.200, no caso de mulheres chefes de família. As informações são do UOL.
Na prática, Bolsonaro confirmou o que já havia sido anunciado por lideranças do Executivo no Congresso e projetado pela equipe econômica. “Vai ser até dezembro, só não sei o valor. Enquanto for possível, nós o manteremos, mas você começa a ter consciência de que ele não pode ser eterno.”
A “promessa” de Bolsonaro ocorreu durante evento de entrega de moradias populares em Ipanguaçu (RN). O presidente pisou no palanque junto a ministros e aliados e foi festejado pelo público presente — uma típica cena de campanha.
“O auxílio foi bem-vindo. Infelizmente, não pode ser definitivo. Mas vamos continuar com ele mesmo que seja com valores diferentes até que a economia realmente possa ‘pegar’ no nosso país.”
Elogios ao Congresso
Antes da passagem por Ipanguaçu, Bolsonaro esteve em Mossoró, também no Rio Grande do Norte, para entrega de moradias populares. Em discurso, o presidente mudou o tom em relação ao Congresso e fez um afago a parlamentares.
A mudança de postura ocorre depois de ele esbravejar contra o Parlamento em razão da ameaça de derrubada do congelamento de salários de servidores públicos.
O governante se disse grato aos deputados que, na sessão de ontem, reverteram decisão do Senado e selaram a manutenção de um veto presidencial que suspende reajustes na folha até o fim de 2021.
Bolsonaro chegou a chamar os parlamentares de “sócios” e disse que eles estão juntos ao governo em um mesmo “time”.
“Com o time que temos, sócios no Parlamento, no bom sentido, atingiremos nossos objetivos”, disse ele.
“Impossível governar”
Ontem pela manhã, horas antes de virar o jogo no Congresso, Bolsonaro mostrou irritação em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, a residência oficial, e disse que estava “impossível governar”.
A revolta do presidente se deu porque, na quarta-feira (19), os senadores votaram pela derrubada do veto —ou seja, eles queriam permitir a concessão de reajustes a algumas categorias do funcionalismo, medida que, de acordo com os argumentos da equipe econômica, seria devastadora para o controle fiscal do país.
No entanto, como se tratava de uma sessão conjunta do Congresso, era necessário consenso entre Senado e Câmara para que a derrubada do veto fosse efetivada. Os deputados fizeram, portanto, o presidente respirar aliviado.