Com o objetivo de diminuir os impactos da Covid-19 em pacientes que evoluem para um quadro intermediário da doença, o Hospital Regional do Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte, adotou uma “máscara de mergulho adaptada” para realizar a chamada ventilação não invasiva (VNI). O mecanismo alcançou eficácia de 91% entre os casos tratados em julho.
No último mês, 24 pessoas participaram do tratamento. Segundo Suiane Ferreira Soares, coordenadora de fisioterapia do HRC, 22 apresentaram melhoras significativas. Duas precisaram ser intubadas. “Esses pacientes não foram para a UTI. É um resultado muito bom. A gente vê como a fisioterapia pode ajudar a evitar uma complicação”, ressalta a médica.
O mecanismo melhora os níveis de oxigenação dos pacientes ao mesmo tempo em que diminui o desconforto respiratório, evitando a necessidade de intubação. Antes da adoção da máscara, é realizado um teste de 30 minutos para verificar se houve benefícios ao usuário.
Adaptação
“Já utilizamos a ventilação não invasiva antes da pandemia. No mês de março para abril, percebemos que os pacientes com a Covid-19 respondiam bem à terapêutica”, ressalta Soares. A representante explica que os pacientes elegíveis ao tratamento são aqueles com quadro intermediário.
“Ele tem que estar consciente, ser colaborativo e que não esteja respondendo bem ao uso de oxigênio, mas também que não seja muito grave a ponto de precisar usar o respirador. É o paciente intermediário, que vai precisa de uma pressão nos pulmões”.
O HRC atende mais de 1,5 milhão de habitantes de 44 municípios da macrorregião do Cariri. Segundo a plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará, a taxa de ocupação dos leitos de UTI na unidade é de 55,56% (108 – 60 ocupados). Já para as enfermarias, a ocupação fica 88% (50 – 44 lotados).
Vantagens
Durante a pandemia, o HRC recebeu “máscaras de mergulho adaptadas” a partir de doações. O material foi utilizado para incremento terapêutico.
“Essas máscaras permitem uma melhor adaptação do paciente. Também há uma melhor vedação, diminuindo a dispersão dos gases e aerossóis e, com isso, o risco de contaminação dos profissionais e de algum outro paciente”.
A terapêutica pode ser utilizada tanto na Unidade de Terapia Intensiva como nos leitos de enfermaria. Fernando Mendonça, de 39 anos, chegou a utilizar o equipamento. Ele deu entrada na UTI do HRC em 15 de julho, em estado grave. Com o auxílio da máscara, Fernando não precisou ser intubado.
Por Rodrigo Rodrigues
Fonte: Diário do Nordeste