Na obra cinematográfica “Pinóquio”, observa-se que no momento que o personagem principal mente, seu nariz cresce. Nesse sentido, nota-se que, como tal enredo é direcionado para o público infantil, a desonestidade passa a ser julgada como um ato moralmente incorreto.Nessa linha de pensamento, não só o público infantil, a população em geral, está seguindo o que a obra demonstra como o descompromisso com a verdade é um problema que perdura durante gerações na sociedade. Fora da ficção, os termos “Fake News” e “ Desinfodemia” são frutos da negação com a realidade. Essa problemática, por sua vez, tem como consequência um cenário perturbador, no qual diversas informações falsas impactam no cotidiano dos brasileiros, seja pela negligência governamental, seja pela postura líquida do corpo social, sendo, assim, necessário debater sobre essa pauta.
Em primeiro plano, a omissão da arena pública corrobora para a absurda situação do uso das divulgações de informações falsas, no ambiente virtual, de forma indevida. A esse respeito, o filósofo grego Aristóteles dissertou que “ O menor desvio inicial da verdade multiplica-se ao infinito à medida que avança”. Dessa forma, infere-se que as informações falsas provocam uma desinformação coletiva, visto que, pela facilidade de comunicação promovida pelos meios digitais, cada vez que elas são compartilhadas atingem milhões de pessoas. Desse modo, percebe-se, também, que tal facilidade de disseminação corroborou para a formação de aspectos patológicos, como a ansiedade e a angústia, pelo excesso de informações fraudulentas e alarmistas, a “desinfodemia”.
Em segundo plano, a proporção desses boatos falsos podem atingir níveis globais, de forma a propagar massivamente a informação falsa e, assim, manipular toda uma nação. A exemplo disso, na Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler- líder do Partido Nazista – já utilizava as “fake news” para valorizar sua ideologia antissemita e, dessa maneira, findar o seu objetivo de iludir a população alemã. Séculos transcorridos, observa-se, ainda, que a Região Concentrada do Brasil, estudada e delimitada por Milton Santos, detém o poder da informação e, consequentemente, o poder sobre o pensamento coletivo, moldando as informações, de acordo com os seus ideais, e favorecendo a formação de um povo alienado, que não busca os seus direitos.
Em face do que foi discutido, percebe-se que o excesso de informação, ao reduzir a criticidade da população, corrobora para a supressão de direitos básicos da sociedade, como a liberdade de expressão. Confirmando, dessa maneira, o caráter negativo da veiculação de informações falsas que foi abordada, de forma lúdica e figurada, no filme “Pinóquio”.
Por Mirelly Oliveira Freitas. Estudante do Ensino Médio
*Este texto é de inteira responsabilidade da autora e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri