O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, afirmou hoje que recusou convite do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para assumir o comando do MEC (Ministério da Educação).
Em publicação em seu perfil no Facebook, o secretário disse que se sentiu honrado com o convite, mas que vai continuar com o projeto no Paraná.
“Recebi na noite da última quinta-feira uma ligação do presidente Jair Bolsonaro me convidando para ser ministro da Educação. Fiquei muito honrado com o convite, que coroa o bom trabalho feito por 90 mil profissionais da Educação do Paraná. Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro, por quem tenho grande apreço, mas declino do convite recebido. Sigo com o projeto no Paraná, desejo sorte ao presidente e uma boa gestão no Ministério da Educação”, escreveu Feder.
Nome causou controvérsias
Nome especulado desde a semana passada para ocupar o cargo, o convite a Renato Feder causou reações diversas em segmentos ideológicos do governo. A ala religiosa, ligada às igrejas evangélicas, se opôs à possível nomeação desde o primeiro momento.
A polêmica se tornou ainda maior, diante da repercussão de um livro escrito por ele em 2007. A publicação em questão chama-se “Carregando o Elefante – Como transformar o Brasil no país mais rico do mundo”, feito em parceria com Alexandre Ostrowiecki.
No texto, Feder defende o financiamento da educação em escolas privadas e questiona a legitimidade do Estado para conduzir políticas de ensino. Na 10ª página do livro, ele dedica a obra “ao dinheiro”.
“Este livro é dedicado ao dinheiro, não pelos bens materiais que se pode comprar com ele mas, sim, enquanto embaixador da produção, do valor e da troca justa. O sistema baseado no dinheiro certamente tem problema. Não são poucos. Mas ele é o melhor já concebido pelo homem e foi o que mais contribuiu para nos tirar do mundo dominado pela fome, guerra e doença. Ao dinheiro, símbolo da criatividade humana e da vontade de homens e mulheres de melhorar de vida”, escreveu.
Hoje pela manhã, Feder se manifestou em relação à publicação e disse que “evoluiu desde a juventude”.
Apoiado por políticos próximos a Bolsonaro, Feder foi contestado devido à sua proximidade com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Em 2016, Feder foi um dos financiadores da campanha de Doria à prefeitura da capital paulista —ele doou R$ 120 mil.
Fonte: UOL