Sob gritos de ‘fujão’ e ‘ladrão’ e acompanhado de escolta, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deixou às 21h40 desta quarta-feira (2) a audiência da Câmara de Deputados sobre as mensagens que teria trocado com procuradores da Lava Jato, divulgadas pelo site The Intercept desde o mês passado.
A deputada Professora Marcivania (PCdoB-AP), que presidia a comissão naquele momento, encerrou a audiência após um bate-boca generalizado tomar conta da sessão, que se arrastava por mais de sete horas e ainda tinha dezenas de deputados inscritos para fazer perguntas ao ministro.
O depoimento de Moro começou por volta das 14h. Passava das 21h quando o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), da oposição ao governo Bolsonaro, afirmou que Moro era um “juiz ladrão”.
“O senhor vai estar sim nos livros de história, vai estar como um juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão. É isso o que vai estar nos livros de história”, disse Braga.
Indignados, parlamentares governistas se levantaram e foram para cima do colega. Os ânimos se acirraram.
Em meio à confusão, o ministro saiu por uma porta lateral. A deputada Marcivania declarou encerrada a audiência, voltou atrás, a pedido de colegas, e finalmente acabou finalizando os trabalhos após a constatação de que o ministro havia ido embora.
Frota versus Zeca Dirceu
A confusão teve duelo verbal entre os deputados federais Alexandre Frota (PSL-RJ) e Zeca Dirceu (PT-SP) – que saíram em defesa, respectivamente, de Moro e de Braga.
“Seu pai está preso! Seu pai está preso!”, gritou Frota, em referência ao ex-ministro José Dirceu, preso após investigação no âmbito da Lava Jato. Zeca rebateu dizendo que “ao menos ele estava na sessão”, ironizando a saída de Moro.
Fonte: UOL