A Universidade Federal do Cariri (UFCA) – por meio da iniciativa e participação de professores e de técnicos dos cursos de Engenharia de Materiais, de Design, de Ciência da Computação e também dos Laboratórios de Calçados e Polímeros – iniciou a produção de suporte de protetores faciais (face shields). A intenção da Universidade é produzir esse protetores para doar a hospitais e secretarias de saúde dos municípios da região do Cariri, durante o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. O primeiro passo para confecção dos suportes que sustentarão as máscaras foi iniciado nesta quinta-feira, 2 de abril de 2020.
Em dois dias, de acordo com o professor do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), André Wesley Barbosa Rodrigues, que integra a equipe de confecção dos equipamentos, foram feitos cerca de 1.300 suportes. A produção agora aguarda a doação de lâminas de acetato e de elásticos para conclusão das máscaras e início das entregas: “Se tivermos sempre acesso à matéria-prima, conseguimos produzir cerca de 1.200 suportes para os protetores faciais”, explicou.
Para confeccionar os suportes, a equipe da UFCA conta com a colaboração da indústria de calçados PVC, localizada em Juazeiro do Norte. A empresa disponibilizou o molde dos suportes – utilizado na máquina injetora do Laboratório de Polímeros da UFCA – e um funcionário para auxiliar na produção. Por ser industrial, a máquina da Universidade tem capacidade de produzir, em média, cerca de dez suportes em três minutos.
Além disso, empresas localizadas na região do Cariri, como Farmace, Cariri Plastic e Magiore, doaram a matéria-prima necessária. Foram feitos suportes pretos com polipropileno (PP) e suportes transparentes com PVC cristal.
O Ministério Público Federal (MPF) também tem auxiliado na confecção dos equipamentos, articulando junto ao poder público a liberação das empresas para trabalhar na ação. Apesar de o decreto do Governo do Estado com medidas para conter a Covid-19 impedir o funcionamento de empresas, a confecção de máscaras se trata de uma ação emergencial e essencial, que vai contribuir para a proteção dos profissionais de saúde na linha de frente do combate à doença.
Os protetores faciais são responsáveis pela proteção da face de profissionais de saúde que estão desempenhando atividades que possam gerar aerossóis ou gotículas, como nos casos de intubação para posterior acoplamento de ventilador mecânico.
De acordo com nota técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que trata de orientações para prevenção e controle do novo coronavírus, o uso de cada um dos protetores faciais deve ser exclusivo de cada profissional, devendo, após a utilização, passar por limpeza e posterior desinfecção com álcool líquido a 70%, hipoclorito de sódio ou outro desinfetante recomendado pelo fabricante. Caso o protetor facial tenha sujeira visível, deve ser lavado com água e sabão/detergente e só depois dessa limpeza passar pelo processo de desinfecção.