Após as fortes chuvas que atingiram a região do Cariri nas últimas 24 horas, o Cemitério Público Nossa Senhora da Piedade, no município de Crato, foi parcialmente danificado pela força da água. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Territorial do Município (Semadt), cerca de 30 metros do muro do equipamento tombou.
Além disso, parte das covas e caixões foram arrastados pela correnteza que se formou. Na manhã desta sexta-feira (13), coveiros do Município foram deslocados ao local para organizar os materiais danificados, segundo o secretário da Semadt, Brito Júnior.
Chuva nessa madrugada causa transtornos, danifica túmulos e derruba muro no cemitério do Crato #RevistaCaririEnviado por um seguidor
Posted by Revista Cariri on Friday, March 13, 2020
“Alguns trechos do muro de contenção foram danificados por conta da grande quantidade de água no riacho da Matinha (que percorre o parque de exposições). Um trecho de uns 30 metros do muro externo tombou”, informou o secretário. “Estivemos, hoje, com a Secretaria de Infraestrutura, fazendo medições. Como já estavam programados os trabalhos no muro externo, vamos complementar o projeto com um trabalho emergencial”, complementou.
Nos últimos 14 meses, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) encaminhou recomendações para, pelo menos, oito municípios cearenses para adequações de seus cemitérios, públicos ou privados.
Fortes chuvas
Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), entre as 7 horas desta quinta-feira (12) e 7 horas desta sexta-feira (13), o município registrou 80,2 milímetros de precipitações. As cidades de Abaiara (90 mm), Milagres (85 mm) e Barbalha (78 mm), todas no Cariri, também acumularam chuvas superiores a 70 milímetros. Segundo informações parciais da Funceme, a região registrou uma média de 35,7 mm nas últimas 24 horas.
O município de Icapuí, no litoral cearense, registrou o maior volume de chuvas das últimas 24 horas (220 mm), uma das 15 maiores chuvas da última década no Ceará.
Problema Recorrente
O Cemitério Público foi construído há mais de 165 anos e, neste período, chegou a ser ampliado em três ocasiões. Edificado próximo de um riacho,o cemitério já apresentou problemas em decorrência do acúmulo hídrico em anos anteriores. Em 2009, um temporal chegou a arrastar parte de túmulos, caixões e restos mortais do espaço. Segundo a Semadt, o adensamento urbano desviou os cursos de água, o que potencializa o problema.
Diante disso, a Pasta chegou a fazer um trabalho de abertura de áreas na margem de 30 metros e impediu a abertura de novas valas próximas ao rio.
Segundo a Semadt, há um projeto em discussão, junto a Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema), para criação de uma Unidade de Conservação dentro do Parque de Exposição Pedro Felício Cavalcante, que abrangeria a área do equipamento. A Sema garante que está planejando o início das vistorias técnicas. Feito isso, serão estabelecidos critérios e normas para a criação, implantação e gestão da UC.
O processo deve ser encerrado até junho deste ano.
Fonte: Diário do Nordeste