O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (10), durante um discurso em um evento em Miami, nos Estados Unidos, que a “questão do coronavírus” não é “isso tudo” e se trata muito mais de uma “fantasia” propagada pela mídia no mundo todo.
Nesta segunda-feira, bolsas em todo o mundo sofreram fortes quedas em meio à disseminação do vírus e ao aumento de temores de uma recessão global com a disputa pelo preço do petróleo entre Rússia e Arábia Saudita. Houve quedas de mais de 7% em bolsas dos EUA, pior dia desde a crise de 2008.
Nesta terça-feira, no entanto, as bolsas voltaram a operar em alta, com aumento de mais de 2% no EUA e ao redor de 3% na Europa.
“Obviamente temos no momento uma crise, uma pequena crise. No meu entender, muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propala ou propaga pelo mundo todo”, afirmou o presidente.
O Covid-19, infecção provocada pelo novo coronavírus, já causou mais de 4 mil mortes em todo o mundo, segundo levantamento da universidade norte-americana Johns Hopkins. 77% das vítimas (3.140 pessoas) eram oriundas da China, país onde se iniciou o surto. No Brasil, o Ministério da Saúde confirmava 25 casos da doença nesta segunda-feira (9), sem mortes.
Embora ainda não exista um percentual oficial que represente a taxa de letalidade da doença, até o final de fevereiro o índice era de 3,5% dos casos confirmados na China, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Já fora da China, a taxa registrada era de 1,6%. Crianças menores de 2 anos, gestantes e adultos com 60 anos ou mais são considerados os grupos de maior risco.
O número de casos da doença já registra tendência de queda na província de Hubei, onde a epidemia começou.
Na União Europeia, todos os 27 países do bloco já registraram ao menos um caso da doença. A Itália é mais afetado, com pelo menos 7.375 casos, segundo o Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC).
Queda das bolsas e do petróleo
No discurso, Bolsonaro também comentou as fortes quedas nas bolsas de valores do mundo todo e também a queda no preço do barril de petróleo, que teve a maior desvalorização para um dia desde 1991.
“Alguns da imprensa conseguiram fazer uma crise com a queda do preço do petróleo. Entendo que é melhor cair 30% do que subir 30%. Problemas na bolsa, isso acontece esporadicamente. As bolsas que começam a abrir no mundo todo [nesta terça] começaram a demonstrar sinais de recuperação”, afirmou o presidente.
Fonte: G1