O estilo visual do Studio Ghibli, conhecido por suas cores vibrantes, cenários detalhados e personagens encantadores, conquistou fãs ao redor do mundo. Agora, com o avanço da inteligência artificial (IA), esse estilo pode ser recriado com poucos cliques, tornando-se uma das tendências mais populares no uso de geradores de imagens.
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O recente lançamento do GPT-4o, da OpenAI, trouxe essa tecnologia para um público ainda maior, permitindo que qualquer usuário crie ilustrações no estilo do renomado estúdio de animação japonês. No entanto, o fenômeno também levanta questões sobre direitos autorais e, principalmente, sobre a sustentabilidade do uso da IA.
Consumo de energia e água no processamento das imagens
Gerar uma única imagem por meio de IA consome entre 0,01 e 0,1 kWh de energia, o que gera calor excessivo nos servidores responsáveis pelo processamento das imagens. Para evitar superaquecimento, data centers precisam de resfriamento constante, um processo que exige grandes quantidades de água.
📌 Para se ter uma ideia, os sistemas da OpenAI utilizam mais de 2 litros de água a cada 50 consultas apenas para manter a temperatura dos servidores sob controle.
O impacto dessa demanda cresceu de forma exponencial. Apenas na primeira hora do lançamento do GPT-4o, cerca de 1 milhão de novos usuários se registraram, gerando 3 milhões de imagens diárias.
Esse volume de processamento exige aproximadamente 7.500 litros de água por dia, o que equivale ao consumo diário de cerca de 100 pessoas, conforme padrões globais.
Para lidar com esse desafio, algumas empresas passaram a utilizar água salgada como alternativa para resfriamento dos servidores. Contudo, especialistas alertam que, caso a demanda continue crescendo, pode haver risco de impactos nos ecossistemas marinhos, tornando essa solução insustentável a longo prazo.
Pegada de carbono das imagens geradas por IA
Além do consumo de água, a popularização das imagens geradas por inteligência artificial também impacta a emissão de carbono.
Cada ilustração criada pode liberar entre 5 e 50 gramas de CO2 na atmosfera. Quando somadas as 3 milhões de imagens geradas diariamente, o impacto chega a 1,35 tonelada de CO2 por dia—o equivalente a dirigir um carro a gasolina por 5.000 km ou carregar simultaneamente 162.000 smartphones.
Embora a transição para fontes de energia renováveis possa reduzir as emissões, a OpenAI ainda não confirmou se seus data centers utilizam exclusivamente energia limpa. Isso significa que, no momento, a pegada de carbono das imagens geradas por IA ainda pode ser significativa.
O futuro sustentável da inteligência artificial
Diante desses desafios, cresce a necessidade de buscar soluções sustentáveis para minimizar o impacto ambiental do uso da inteligência artificial.
📌 Algumas alternativas incluem:
✔️ Resfriamento com água salgada (com medidas para evitar impactos ambientais)
✔️ Reciclagem de calor gerado pelos servidores para outras finalidades
✔️ Maior eficiência energética dos data centers
✔️ Uso de dispositivos sustentáveis, como laptops solares e computadores de baixo consumo
À medida que a IA se torna uma ferramenta cada vez mais presente no dia a dia, a busca por tecnologias mais sustentáveis será essencial para garantir que o avanço digital não traga prejuízos irreversíveis ao meio ambiente.
Por Bruno Rakowsky