Uma falha na política de proteção de dados do ChatGPT permitiu que a ferramenta de inteligência artificial da OpenAI revelasse o número de CPF de figuras públicas brasileiras, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação foi divulgada com exclusividade pela Folha de S.Paulo, que realizou testes e constatou a exibição dos dados pessoais.
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O ChatGPT aparentemente obteve essas informações por meio de documentos disponíveis em processos judiciais, prestações de contas eleitorais e atas de companhias de capital aberto. No entanto, a ferramenta se recusou a fornecer dados semelhantes sobre cidadãos americanos, o que levanta questionamentos sobre inconsistências na política de privacidade da OpenAI.
OpenAI reconhece falha e promete correção
Após a repercussão do caso, a OpenAI se pronunciou afirmando que seus modelos de IA foram projetados para negar a divulgação de dados de identificação pessoal, mesmo que estejam acessíveis publicamente. A empresa reconheceu a falha e disse estar trabalhando para corrigi-la.
Enquanto isso, testes realizados com outras plataformas de inteligência artificial, como as da DeepSeek, Meta e Google, não apresentaram o mesmo problema, evidenciando uma possível vulnerabilidade específica no sistema da OpenAI.
O vazamento do CPF é particularmente sensível no Brasil, já que o número é amplamente utilizado como principal documento de identificação, essencial para transações financeiras, contratos e serviços diversos.
Possível violação da LGPD
A divulgação dessas informações levanta dúvidas sobre a conformidade da OpenAI com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Juristas apontam que a legislação prevê restrições à divulgação de dados pessoais, mas também abre margem para exceções quando as informações estão envolvidas em processos judiciais ou na administração pública.
A definição dos limites sobre a exposição de informações pessoais em processos legais deve ser estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), criando um precedente para casos semelhantes no futuro.
Por Heloísa Mendelshon