Pesquisadores britânicos anunciaram nesta semana a descoberta de um novo grupo sanguíneo, denominado MAL, solucionando um enigma que perdurava há cinco décadas. O estudo, publicado na revista Blood, da Sociedade Americana de Hematologia, foi conduzido por especialistas do sistema de saúde público do Reino Unido (NHS Blood and Transplant), do International Blood Groups Reference Laboratory e da Universidade de Bristol.
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A descoberta do grupo sanguíneo MAL permite identificar e tratar pessoas que não possuem um antígeno raro, conhecido como AnWj, já mapeado desde a década de 1970. O nome AnWj homenageia Anton e Wj, as duas primeiras pessoas identificadas como AnWj-negativas.
Importância da descoberta
Os grupos sanguíneos mais conhecidos, como ABO e Rh, são definidos pela presença ou ausência de antígenos nas hemácias. Entretanto, além desses, já foram identificados 47 sistemas sanguíneos, com mais de 360 antígenos reconhecidos. Agora, o MAL se junta a essa lista como o 47º sistema de grupo sanguíneo, sendo relacionado diretamente ao antígeno AnWj.
A característica diferenciadora do grupo sanguíneo MAL é a presença da proteína Mal na superfície dos glóbulos vermelhos. Indivíduos que são AnWj-negativos apresentam essa proteína de forma incompleta, algo que pode ser hereditário ou ocorrer em decorrência de distúrbios hematológicos ou cânceres específicos.
Estudo de casos raros
Os pesquisadores analisaram cinco pessoas AnWj-negativas, incluindo uma mulher que já havia participado de estudos sobre esse antígeno nos anos 1970. A forma hereditária dessa condição foi identificada em uma família árabe-israelense, mas ainda não foram estabelecidas associações étnicas mais amplas.
Impacto na medicina transfusional
A descoberta traz implicações importantes para a medicina transfusional. Pessoas AnWj-negativas que recebem sangue AnWj-positivo podem sofrer reações adversas durante transfusões. Segundo os pesquisadores da Universidade de Bristol, a pesquisa permitirá o desenvolvimento de novos testes de genotipagem, capazes de identificar esses indivíduos raros e reduzir o risco de complicações associadas às transfusões.
A descoberta do grupo sanguíneo MAL oferece uma nova perspectiva para a compreensão dos sistemas sanguíneos humanos, ao mesmo tempo que reforça a importância da precisão na compatibilidade sanguínea em procedimentos médicos.
Por Aline Dantas