O Ceará tem mais de 128 mil adolescentes de 9 a 14 anos que ainda não foram vacinados contra o HPV — o Papilomavírus Humano, transmitido principalmente por contato sexual. A vacina está disponível gratuitamente pelo SUS, e no último sábado (28), o estado lançou uma nova campanha para ampliar o acesso e alcançar 90% de cobertura vacinal, como parte de um plano nacional para eliminar o câncer do colo do útero até 2030.
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De acordo com a Secretaria da Saúde do Ceará (SESA), a cobertura atual no estado é de 72,5%, com cerca de 532 mil adolescentes já vacinados. O índice entre meninas é de 80%, enquanto entre meninos ainda é de apenas 60%. A desigualdade, segundo especialistas, é reflexo da desinformação e de barreiras culturais.
🔍 Riscos e proteção
A vacina contra o HPV é considerada uma das principais estratégias de prevenção contra o câncer de colo do útero, causado em quase 100% dos casos pelo HPV, segundo o Ministério da Saúde. Também previne verrugas genitais e outros tipos de câncer, como os de pênis, ânus e orofaringe.
“Desde 2014, a vacina faz parte do calendário de imunização do SUS para meninas. Depois, com base em evidências científicas, foi incluída também para os meninos. Ainda assim, muitas famílias ainda não sabem disso ou subestimam a importância da imunização nos garotos”, explica Ana Karine Borges, coordenadora estadual de Imunização da SESA.
Para ampliar a cobertura, o Governo do Ceará irá intensificar ações de vacinação em escolas, postos de saúde e centros de assistência social, com foco nos adolescentes ainda não imunizados.
👩⚕️ Vacinação precoce é chave
A médica infectologista Isabela Cavalcante, especialista em saúde pública, defende que a vacinação precoce — antes do início da vida sexual — é essencial para garantir proteção máxima. “Se aplicada até os 14 anos, a eficácia da vacina chega perto de 100% na prevenção de cânceres associados ao HPV. É uma oportunidade única de saúde preventiva que não pode ser desperdiçada”, alerta.
Ao Revista Cariri, o epidemiologista Rodrigo Veras, ressaltou que o Brasil tem condições de eliminar o câncer do colo do útero nos próximos anos, desde que aumente a cobertura vacinal e promova o acesso ao rastreamento e tratamento de lesões pré-cancerígenas. “A meta da OMS é factível, mas exige uma ação coordenada entre governos, escolas, profissionais de saúde e famílias”, destaca.
🧒 Quem pode se vacinar
A vacina está disponível gratuitamente para:
• Crianças e adolescentes de 9 a 14 anos (independentemente de sexo);
• Pessoas de 15 a 45 anos vivendo com HIV, transplantadas, pacientes oncológicos, imunossuprimidas ou vítimas de violência sexual.
O esquema vacinal padrão é de duas doses com intervalo de seis meses entre elas. A vacina protege contra os tipos mais agressivos do HPV, que estão associados à maioria dos casos de câncer do colo do útero e outras doenças.
A recomendação é que pais e responsáveis busquem a unidade de saúde mais próxima para verificar se o adolescente está com a caderneta de vacinação atualizada.
Por Fernando Átila