O medicamento Ozempic, amplamente conhecido por sua eficácia no controle do diabetes tipo 2 e por auxiliar na perda de peso, deve se tornar mais acessível a partir de março de 2026. A patente do remédio, atualmente detida pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, está prestes a expirar, e o governo brasileiro já confirmou que não estenderá o prazo de exclusividade.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
O que muda com a queda da patente?
Com o fim da proteção patentária, outras empresas poderão produzir versões genéricas ou similares do Ozempic, o que tende a ampliar a oferta do medicamento no mercado e reduzir seu preço. Atualmente, o custo do remédio no Brasil varia entre R$ 700 e R$ 1.000. De acordo com especialistas da indústria farmacêutica, espera-se que os genéricos possam ser vendidos por até metade ou 70% do valor atual.
A previsão é de que a concorrência beneficie especialmente as pessoas com renda mais baixa, que até então tinham acesso restrito ao medicamento devido ao seu alto custo.
Histórico de disputas pela patente
A Novo Nordisk tentou prolongar a exclusividade do Ozempic no Brasil, argumentando que a análise e concessão da patente demoraram 13 anos, reduzindo o período efetivo de exploração do produto. Apesar de apresentar dados sobre o impacto econômico da empresa no país – incluindo a geração de R$ 6 bilhões no PIB e a manutenção de mais de 34 mil empregos – o governo manteve a decisão de encerrar a exclusividade em 2026.
O Brasil segue a legislação de patentes que prevê um prazo máximo de 20 anos, contados a partir da data do pedido de registro, sem possibilidade de extensão.
Popularidade e polêmicas
Embora indicado inicialmente para diabetes tipo 2, o Ozempic ganhou notoriedade por relatos de perda de peso. Seu princípio ativo, a semaglutida, é uma versão sintética do hormônio GLP-1, que promove a saciedade e reduz o apetite. Apesar de sua eficácia, o medicamento gerou controvérsia, pois não possui indicação oficial para o tratamento da obesidade ou emagrecimento em sua bula.
Outro ponto de debate envolve os efeitos colaterais, como o fenômeno conhecido como “cabeça de Ozempic”, que descreve a desproporção causada pela perda rápida de massa muscular em relação ao rosto e ao corpo.
Perspectivas para o mercado farmacêutico
Com a proximidade do fim da patente, a indústria farmacêutica já se prepara para lançar versões genéricas e similares, tanto na forma oral quanto injetável. A expectativa é de que isso não apenas torne o medicamento mais acessível, mas também estimule a inovação e o desenvolvimento de novos tratamentos para diabetes e obesidade.
A fórmula do medicamento já está disponível para consulta no site da Novo Nordisk, o que deve facilitar o trabalho das empresas interessadas em produzir genéricos.
Por Aline Dantas