O consumo de bebidas energéticas tem crescido de forma preocupante no Brasil, especialmente entre jovens e profissionais que enfrentam longas jornadas de trabalho ou estudo. De acordo com um levantamento da consultoria Euromonitor International, o país está entre os dez maiores consumidores de energéticos do mundo, com mais de 200 milhões de litros vendidos por ano.
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Embora essas bebidas prometam melhorar o desempenho físico e mental, especialistas alertam para os riscos à saúde causados pelo uso exagerado, principalmente devido à alta concentração de cafeína e açúcar — ingredientes que, em excesso, podem desencadear desde insônia até problemas cardíacos.

📈 Tendência de alta no consumo
A popularização dos energéticos é evidente nas prateleiras de supermercados, academias e baladas. Segundo a nutricionista Amanda Moraes, o apelo comercial e o marketing direcionado aos jovens contribuem para o aumento do consumo.
“O energético virou um item de rotina para muitas pessoas. É vendido como solução para fadiga, mas não é inofensivo. Seu uso frequente pode causar dependência e desregular o organismo”, explica.
O problema se agrava com o hábito de misturar energéticos com bebidas alcoólicas, combinação comum em festas e que potencializa os riscos à saúde.
💓 Riscos à saúde
O cardiologista André Vieira alerta para o efeito do consumo excessivo no sistema cardiovascular. Uma única lata pode conter até 300 mg de cafeína — quantidade superior à recomendada para o consumo diário de um adulto.
“A cafeína, em grandes doses, pode provocar arritmias cardíacas, aumento da pressão arterial e até infarto, especialmente em pessoas com predisposição”, ressalta o médico.
Além dos problemas cardíacos, o excesso de energéticos pode causar:
• Insônia e ansiedade
• Dores de cabeça
• Problemas gástricos
• Quadros de desidratação
• Alterações de humor e irritabilidade
Para adolescentes, os riscos são ainda maiores, pois o sistema nervoso está em desenvolvimento e mais vulnerável aos efeitos da cafeína.

🧠 Efeitos neurológicos e comportamentais
O psiquiatra Fernando Bezerra explica que o consumo exagerado de substâncias estimulantes pode gerar dependência psicológica.
“O energético interfere nos neurotransmissores que regulam sono e humor. Há casos de jovens que se tornaram dependentes e começaram a apresentar quadros de ansiedade severa, agitação e até depressão após a suspensão do uso”, afirma.
🚫 Regulação e recomendação
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determina que bebidas com mais de 200 mg de cafeína por litro devem exibir o alerta “alto teor de cafeína” no rótulo. Ainda assim, não há uma campanha nacional para conscientizar sobre os perigos do consumo frequente.
De acordo com Amanda Moraes, o ideal é que a ingestão seja pontual e nunca associada a bebidas alcoólicas ou à prática de exercícios físicos intensos.
“O energético não é suplemento, nem bebida esportiva. Ele deve ser evitado por crianças, adolescentes, gestantes e pessoas com problemas cardíacos”, reforça a nutricionista.

✅ Alternativas seguras
Para quem busca mais energia de forma segura, especialistas recomendam:
• Sono de qualidade e rotina regulada
• Hidratação adequada
• Alimentação balanceada com frutas e cereais
• Atividades físicas regulares
• Evitar uso excessivo de eletrônicos à noite
📢 Conscientização é fundamental
O crescimento do consumo de energéticos no Brasil exige uma resposta não apenas dos órgãos de saúde pública, mas também de escolas e famílias. Campanhas educativas podem ajudar a reduzir o uso indiscriminado e a prevenir casos graves.
“Energia não se compra em lata. O que o corpo precisa é de equilíbrio, descanso e cuidados básicos”, finaliza o cardiologista André Vieira.
Por Bruno Rakowsky