A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma nova indicação terapêutica para o medicamento Mounjaro, da farmacêutica americana Lilly. Já autorizado no Brasil desde 2023 para o tratamento de diabetes tipo 2, o remédio agora também poderá ser prescrito para auxiliar na perda de peso em pessoas sem diabetes, desde que apresentem obesidade ou sobrepeso associado a alguma comorbidade.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
🔹 Quem pode usar?
A nova indicação permite o uso do fármaco por pessoas com:
• Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 kg/m², o que configura obesidade;
• IMC acima de 27 kg/m², desde que associada a condições como hipertensão, dislipidemia ou apneia do sono.
🔬 Como funciona o Mounjaro?
O princípio ativo do Mounjaro é a tirzepatida, substância que atua por meio de dois mecanismos hormonais (GLP-1 e GIP) — diferentemente de outras canetas emagrecedoras como Ozempic, Wegovy (semaglutida) e Saxenda (liraglutida), que atuam apenas no GLP-1.
Segundo Alexandre Hohl, diretor da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), “a tirzepatida é inovadora” e amplia significativamente o alcance terapêutico no tratamento da obesidade. “É uma molécula eficaz, segura e que pode mudar a vida de quem sofre com excesso de adiposidade.”
💸 Preço ainda é barreira
O Mounjaro chegou às farmácias brasileiras neste mês, com preço estimado entre R$ 1.400 e R$ 2.300 por mês, a depender da dosagem. É um custo superior ao de outros medicamentos do mesmo tipo, que variam entre R$ 600 e R$ 1.000 mensais.
⚠️ Uso exige acompanhamento
Especialistas alertam que o remédio não dispensa mudanças no estilo de vida.
“Tem que manter uma alimentação adequada e praticar atividade física. Não adianta usar apenas o medicamento”, reforça Fábio Moura, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Apesar dos bons resultados, os efeitos colaterais — em geral, gastrointestinais — precisam ser monitorados. Moura também ressalta que o Mounjaro não deve ser utilizado por gestantes ou lactantes, pois não há estudos suficientes que garantam segurança nesses casos.
✅ Segurança e benefícios adicionais
Além da eficácia no emagrecimento, os especialistas destacam possíveis efeitos protetores renais, hepáticos e cardiovasculares, o que aumenta o potencial do remédio como aliado de longo prazo no combate à obesidade e às doenças metabólicas.
Por Fernando Átila
