A expectativa de um inverno promissor em 2025 foi reforçada pela maioria dos profetas da chuva que participaram, nesta sexta-feira (24), do III Encontro dos Profetas da Chuva. O evento, realizado no auditório do Instituto Federal do Ceará (IFCE), em Crato, reuniu saberes tradicionais baseados na observação da natureza, apresentações culturais e dados meteorológicos oficiais sobre o período chuvoso.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
O encontro destacou a importância do conhecimento ancestral, transmitido entre gerações de produtores rurais, e ressaltou a riqueza cultural da região. Até o momento, o município do Crato já registrou 370 mm de chuva, com precipitações acima da média histórica para janeiro.
Previsões baseadas na experiência com a natureza
Produtores rurais compartilharam suas observações sobre os sinais da natureza que indicam um bom período de chuvas até abril. Expedito Guedes, um dos profetas, destacou que as precipitações de janeiro superaram as expectativas e que fevereiro também deve ser chuvoso, com continuidade até março. “A produção depende de como plantamos e acompanhamos o ciclo natural”, afirmou.
Zilcélio Alves Ferreira também trouxe suas previsões, ressaltando sinais como a floração de árvores, o comportamento de pássaros como o joão-de-barro e o movimento das formigas. Segundo ele, fevereiro pode registrar uma leve estiagem, mas março deve trazer chuvas mais intensas, com possibilidade de inundações em áreas mais baixas. “A florada da aroeira é sinal de boas chuvas até abril. É importante que os agricultores planejem o plantio para evitar perdas em regiões suscetíveis a alagamentos”, alertou.

Diálogo entre saberes tradicionais e ciência
O evento também contou com a participação de especialistas da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e de outros institutos meteorológicos, promovendo uma troca entre o conhecimento científico e as previsões tradicionais.
Além das discussões climáticas, a programação cultural do encontro trouxe apresentações de violeiros, repentistas, cordelistas e o grupo tradicional Irmãos Aniceto, reforçando a conexão entre a natureza e a identidade cultural da região.
Por Bruno Rakowsky