O Ceará contabilizou, na última segunda-feira (17), um total de 32 açudes sangrando e atingiu 48,5% da capacidade total dos reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Além disso, 18 açudes estão com mais de 90% da capacidade, incluindo os açudes Patos e Santo Antônio de Aracatiaçu, em Sobral, que já chegaram a transbordar neste ano e continuam com volumes próximos ao máximo.
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Atualmente, 26 municípios cearenses registram pelo menos um açude sangrando. Maranguape lidera com três reservatórios transbordando: Maranguapinho, Amanary e Itapebussu. Já em Caucaia, Forquilha, Itapipoca e Sobral, dois açudes em cada município atingiram a capacidade máxima e estão vertendo.
A cidade com maior número de açudes monitorados pela Cogerh é Sobral, que possui seis reservatórios com pelo menos 75% da capacidade preenchida.
📉 Reservatórios críticos ainda preocupam
Apesar da melhora no armazenamento de água, 30 açudes ainda estão com menos de 30% da capacidade total, entre eles o Castanhão, o maior reservatório do Estado, que opera com 28,14% de sua capacidade, equivalente a 1,88 bilhão de m³. No extremo oposto, o açude Jatobá, que abastece Milhã, está completamente seco.
Além disso, seis reservatórios estão no chamado “volume morto”, ou seja, com menos de 5% da capacidade preenchida, sem possibilidade de captação direta para abastecimento.
⛈ Chuvas em 2025: volumes dentro da média, mas distribuição desigual
De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o Ceará registrou 452,4 mm de chuva nos três primeiros meses do ano, volume considerado dentro da média esperada. No entanto, as precipitações não foram uniformemente distribuídas pelo território estadual.
📌 Regiões com chuvas acima da média:
🔹 Litoral de Fortaleza: 58,9% acima do normal
🔹 Maciço de Baturité: 32,1% acima do normal
🔹 Litoral do Pecém: 28,4% acima do normal
📌 Regiões com chuvas abaixo da média:
🔹 Cariri: 51,3% abaixo do esperado (apenas 76,9 mm acumulados em fevereiro)
O mês de janeiro de 2025 foi o mais chuvoso dos últimos 14 anos, com 191,1 mm acumulados, 91,5% acima da média histórica, que é de 99,8 mm. O volume elevado causou registros de deslizamentos de terra, alagamentos e quedas de energia, além de recordes de chuva em algumas cidades.
Em 2011, ano com chuvas ainda mais intensas, a média de janeiro foi de 212,3 mm, resultando em eventos extremos, inundações e alagamentos em várias regiões do Estado. À época, a principal causa foi a atuação do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), fenômeno típico da pré-estação chuvosa.
Por Fernando Átila