A Polícia Federal (PF) concluiu as investigações do caso conhecido como “Abin Paralela” e indiciou 36 pessoas, incluindo o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência. O relatório foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (18).
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As apurações indicam a existência de um esquema ilegal de monitoramento de autoridades públicas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a PF, agentes e delegados cedidos à Abin, além de servidores da própria agência, formaram uma organização criminosa para realizar ações de espionagem indevida.
📍 Ramagem e a estrutura da Abin
Alexandre Ramagem, que comandou a Abin no período, é apontado como peça central no esquema. Segundo a investigação, a agência teria sido utilizada para monitorar adversários políticos e coletar informações sigilosas, inclusive envolvendo autoridades do Paraguai, durante negociações relacionadas à Usina de Itaipu, operada conjuntamente pelos dois países.
📍 Carlos Bolsonaro entre os investigados
Carlos Bolsonaro, segundo o inquérito, integrou e se beneficiou da estrutura de espionagem, sendo citado como parte do chamado “gabinete do ódio”, grupo de assessores e aliados do ex-presidente que utilizaria as informações para fins políticos e de desinformação.
🧾 Posicionamentos
Até o momento, Alexandre Ramagem não se pronunciou sobre o indiciamento, mas já negou anteriormente qualquer envolvimento em práticas ilegais. Carlos Bolsonaro, por sua vez, reagiu pelas redes sociais, acusando a operação de motivação política e afirmando que ela visa prejudicar sua família nas eleições de 2026.
A atual gestão da Abin, que também teve integrantes indiciados, não vai se manifestar oficialmente. Em abril, o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa havia declarado, por meio de nota, estar à disposição das autoridades competentes para esclarecimentos nos âmbitos administrativo, civil e criminal.
Por Pedro Villela, de Brasília