O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, afirmou nesta terça-feira (6) que os ressarcimentos a aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos serão feitos exclusivamente por meio da conta onde é depositado o benefício previdenciário.
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“Será feito via benefício, via conta do benefício. Nada de PIX, nada de depósito em conta e nada de sacar em banco”, declarou em entrevista à rádio CBN.
A medida faz parte do plano de reparação às vítimas de uma fraude sistêmica envolvendo entidades sindicais e servidores do INSS, que causou prejuízos bilionários ao longo dos últimos anos.
📋 Como será feito o pagamento
O ressarcimento será depositado na mesma conta do benefício do INSS. O crédito será realizado por meio de uma folha suplementar, ou seja, uma folha de pagamento extra. O objetivo é evitar novos golpes, segundo o presidente da autarquia.
Waller reforça: não assine nada, não clique em links e não forneça dados pessoais a terceiros.
🚨 Novos golpes se aproveitam da situação
O alerta de Waller ocorre no momento em que criminosos estão se passando por funcionários do INSS para aplicar golpes nas vítimas. Em diversos casos, aposentados e pensionistas têm sido abordados por mensagens de WhatsApp e ligações falsas, nas quais os golpistas prometem agilizar o ressarcimento mediante informações bancárias ou assinatura de documentos.
📊 Estimativa de vítimas e prejuízo
De acordo com o próprio INSS:
• Cerca de 4,1 milhões de beneficiários podem ter sofrido descontos indevidos.
• O prejuízo estimado chega a R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024.
As entidades investigadas cadastravam beneficiários sem autorização e descontavam mensalidades referentes a serviços sindicais ou associativos.
🕵️ O que diz a investigação
A fraude está sendo investigada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo as autoridades:
• Servidores do INSS teriam recebido propina para liberar dados de beneficiários.
• Muitos aposentados foram filiados a várias entidades no mesmo dia, sem consentimento.
• A liberação de descontos “em lote”, sem autorização individual, foi apontada como facilitadora da fraude.
⚠️ Crise política e demissões
O escândalo levou à saída do então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, na última sexta-feira (2). Segundo o governo, houve omissão do ex-ministro, que teria recebido alertas sobre os descontos fraudulentos ainda em junho de 2023, mas demorou quase um ano para agir.
Além disso, o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, indicado por Lupi, também foi exonerado. Ele foi alvo de operação da PF para apurar sua eventual participação ou omissão no esquema.
Por Pedro Villela, de Brasília