O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversaram por telefone por cerca de 30 minutos nesta segunda-feira (6). Durante o diálogo, Lula solicitou a revisão das tarifas e sanções impostas a produtos e autoridades brasileiras, pedindo uma reaproximação entre os dois países.
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🤝 “Boa química” e retomada do diálogo
De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, os dois líderes relembraram a “boa química” do encontro que tiveram em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU, e concordaram em se reunir pessoalmente em breve.
Lula e Trump também trocaram telefones pessoais, estabelecendo uma via direta de comunicação entre os presidentes — gesto considerado simbólico na diplomacia entre Brasil e Estados Unidos.
💬 Temas da conversa
Na ligação, o presidente brasileiro reforçou o papel do Brasil no comércio internacional, lembrando que o país é um dos três do G20 com quem os EUA mantêm superávit na balança de bens e serviços.
Entre os principais pontos tratados na conversa:
• Lula pediu a retirada da sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros;
• Solicitou também o fim das sanções aplicadas a autoridades nacionais;
• Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com Geraldo Alckmin, Mauro Vieira e Fernando Haddad;
• Ambos concordaram em realizar um encontro presencial nas próximas semanas;
• Lula sugeriu que a reunião ocorra durante a Cúpula da Asean, na Malásia, ainda neste mês;
• O presidente brasileiro reiterou o convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA);
• Ambos se comprometeram a manter diálogo direto e constante.
💵 O impasse do “tarifaço”
Lula destacou que a sobretaxa norte-americana sobre produtos brasileiros chega a 50% em alguns casos, somando-se à alíquota base de 10%. O governo brasileiro considera a medida um entrave comercial injustificado.
“Considero nosso contato direto uma oportunidade para restaurar as relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”, afirmou Lula em publicação nas redes sociais.
🚫 Sanções e tensões diplomáticas
Além do aumento tarifário, o governo de Donald Trump revogou vistos de diversas autoridades brasileiras, incluindo ministros do STF, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O presidente norte-americano também incluiu o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, na lista de sanções da Lei Magnitsky, instrumento legal utilizado pelos EUA para punir estrangeiros acusados de violar direitos humanos.
🌍 Possível encontro na Malásia
Lula sugeriu que o primeiro encontro presencial entre os dois ocorra na Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur, na Malásia, onde ambos foram convidados a participar.
Trump ainda não confirmou oficialmente presença, mas é esperado que ele visite a Ásia, com paradas no Japão e na Coreia do Sul. Lula, por sua vez, seguirá para a Malásia após uma visita de Estado à Indonésia, reforçando sua política de aproximação comercial com o Sudeste Asiático.
⚖️ Relação delicada e diplomacia cautelosa
A relação entre Lula e Trump é considerada delicada desde a eleição do republicano em 2024. Diplomatas brasileiros avaliam que qualquer avanço deve ser tratado com discrição, já que assessores de Trump podem tentar conter uma aproximação com o governo petista.
Fontes do Itamaraty afirmaram ao Revista Cariri que, apesar das divergências, Lula aposta no diálogo e na cooperação comercial, especialmente em áreas estratégicas como tecnologia, regulação de big techs e exploração de terras raras.
Por Pedro Villela, de Brasília










