Em cerimônia realizada nesta segunda-feira (10) no Palácio do Planalto, Gleisi Hoffmann tomou posse como ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência (SRI), assumindo o cargo antes ocupado por Alexandre Padilha, que foi deslocado para o Ministério da Saúde. Durante o evento, Gleisi destacou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil como uma das prioridades do governo na agenda legislativa deste ano.
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“Nosso trabalho conjunto deve se refletir na consolidação de uma base de apoio estável, já a partir da votação do Orçamento de 2025, para avançarmos na agenda legislativa, essencial e urgente para o povo brasileiro. Desta agenda, quero destacar a isenção do Imposto de Renda para os que recebem até R$ 5 mil. Uma questão de justiça”, afirmou a ministra.
Ela enfatizou ainda a disparidade na tributação atual, ressaltando que uma professora que ganha R$ 5 mil paga 27,5% de imposto, enquanto grandes fortunas pagam menos de 10%.
Articulação política e fortalecimento do governo
A Secretaria de Relações Institucionais é responsável pela articulação política do governo com o Congresso Nacional, além do diálogo com estados e municípios. Gleisi afirmou que sua gestão será baseada na construção de alianças dentro e fora do Parlamento.

“Chego para somar. Foi essa missão que recebi e pretendo cumprir, dialogando com as forças políticas do Congresso e com as expressões da sociedade, suas organizações e movimentos”, declarou.
A nova ministra também ressaltou a importância da articulação com o Ministério da Fazenda e se comprometeu a apoiar Fernando Haddad na aprovação de pautas econômicas que impulsionem o crescimento e a geração de empregos no Brasil.
A cerimônia contou com a presença de autoridades como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de líderes do governo e parlamentares aliados.
Alexandre Padilha assume Saúde com foco na redução do tempo de espera no SUS
No mesmo evento, Alexandre Padilha tomou posse como ministro da Saúde, sucedendo Nísia Trindade. Em seu discurso, Padilha destacou que sua principal prioridade será reduzir o tempo de espera para atendimento especializado no SUS.
“Chego ao Ministério da Saúde com uma obsessão: reduzir o tempo de espera para quem precisa de atendimento especializado no nosso país. Não há solução mágica para um gargalo que ultrapassa décadas e se agravou com a pandemia e o descaso do governo anterior”, afirmou.
Entre as medidas previstas, o ministro citou a criação de um novo modelo de remuneração para profissionais de saúde, visando aumentar a eficiência no atendimento especializado, além da priorização de diagnósticos e tratamentos para o câncer.
Outro foco da gestão será um movimento nacional pela vacinação, com campanhas para retomar a cobertura vacinal no país.
“Queremos chamar de volta todos aqueles que se mobilizaram durante a covid para defender a vida das nossas crianças, idosos e famílias por meio da vacinação. Irei a cada canto desse país com esse propósito”, destacou Padilha.

Ele também prometeu combater o negacionismo e as ideologias que desprezam a ciência, reforçando o compromisso do governo com políticas de saúde baseadas em evidências.
Padilha já ocupou o Ministério da Saúde entre 2011 e 2014, no governo Dilma Rousseff, e foi ministro de Relações Institucionais entre 2009 e 2010, no governo Lula. Ele é médico infectologista e tem atuação na saúde pública.
Nísia Trindade denuncia misoginia durante gestão na Saúde
Ao deixar o cargo, Nísia Trindade fez um balanço da sua gestão e destacou a reconstrução do Ministério da Saúde após o desmonte da pasta. Ela citou a retomada de programas como Mais Médicos e Farmácia Popular, além do aumento da cobertura vacinal no Brasil.
Primeira mulher a comandar o Ministério da Saúde, Nísia afirmou ter enfrentado ataques misóginos enquanto esteve no cargo.
“Durante os 25 meses em que fui ministra, uma campanha sistemática e misógina ocorreu para a desvalorização do meu trabalho, da minha capacidade e da minha idoneidade. Não podemos aceitar como natural esse tipo de comportamento político”, disse.
Ela agradeceu ao presidente Lula pela oportunidade e destacou a importância de manter políticas públicas voltadas à saúde da população, independentemente dos desafios políticos.
A cerimônia marcou a troca de comando em duas pastas estratégicas do governo, consolidando a nova configuração ministerial e reforçando o compromisso com as prioridades legislativas e de saúde pública para os próximos anos.
Por Heloísa Mendelshon