O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, escreveu de próprio punho uma carta em que nega acusações que havia feito ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no acordo de delação premiada firmado com a Lava-Jato de Curitiba. O teor da carta e o registro dela foram revelados nesta terça-feira pelo blog da repórter Bela Megale, do jornal “O Globo”.
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As palavras escritas pelo empreiteiro serviram como elemento para o arquivamento da investigação de Lula por suspeita de tráfico de influência internacional em favor da OAS. O arquivamento pela Justiça Federal em São Paulo foi noticiado na segunda-feira.
Léo Pinheiro, condenado em cinco ações penais na Justiça Federal do Paraná, foi preso em 2016 por envolvimento no esquema de desvios e pagamentos de propina investigado pela Lava-Jato. Em setembro de 2019, a Justiça homologou a delação em que o empreiteiro imputou crimes a Lula e ele passou à prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.
Na carta, escrita em maio deste ano, o empresário nega ter autorizado ou ter tido conhecimento do pagamentos de propinas às autoridades citadas no processo, agora arquivado. O empresário também disse não ter ouvido menção sobre vantagens indevidas a essas pessoas em um encontro na Costa Rica.
Léo Pinheiro ainda disse não saber se Lula intercedeu para que a OAS recebesse empréstimos do Banco Centro Americano de Integração Econômica (BCIE).
A versão difere da sustentada pelo empresário em seu acordo de delação com a Lava-Jato, quando disse ter pedido para Lula promover uma audiência com o presidente do BCIE na Costa Rica. De acordo com a reportagem, Léo Pinheiro pretende escrever outras cartas em que voltará atrás de afirmações feitas contra Lula.
Ao jornal, a defesa do empreiteiro nega que a carta tornada pública seja uma retratação e diz que os trechos divulgados foram tirados de contexto. A advogada Maria Francisca Accioly diz ainda que seu cliente não retificará as afirmações feitas contra Lula na Lava-Jato.
Fonte: Valor Econômico