Em uma reviravolta no plenário, a Câmara dos Deputados decidiu, nesta quarta-feira (10), substituir a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) por uma suspensão de seis meses. A decisão ocorreu um dia após o parlamentar ser retirado à força da Mesa Diretora pela polícia legislativa, depois de se recusar a deixar o local em protesto contra a inclusão de seu processo na pauta.
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📌 Votação apertada e mudança de rumo
Por 226 votos a 220, apenas seis de diferença, os deputados aprovaram a análise de uma punição mais branda antes da cassação. Logo depois, a suspensão foi confirmada por 318 votos a 141.
A cassação era esperada, já que Glauber não possuía apoio dos principais partidos da Casa. O gesto de ocupação da Mesa, na terça (9), havia agravado sua situação política.
🔎 O episódio que levou ao processo
O processo disciplinar se refere ao episódio em que Glauber chutou um militante do Movimento Brasil Livre (MBL). O deputado afirmou que reagiu após o homem ofender sua mãe, que estava em estágio avançado de Alzheimer e faleceu dias depois.
Deputados de esquerda reconheceram que o chute foi um erro, mas defenderam que não justificava a cassação.
⚠️ Confusão no plenário e expulsão forçada
Durante a sessão de terça, Glauber ocupou a cadeira do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e se recusou a sair. A sessão foi suspensa e deixou de ser transmitida pela internet.
A polícia legislativa foi chamada e retirou o deputado à força — cena não registrada pela imprensa, que havia sido retirada do plenário. Vídeos gravados apenas por parlamentares circularam nas redes. O tumulto continuou no Salão Verde, com empurra-empurra entre deputados, policiais e jornalistas.
🎙️ Declarações e acusações
Glauber afirmou que sua punição foi articulada pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
“Essa tentativa de cassação não tem nada a ver com o chute dado num provocador. Quem deu força a essa representação foi o ex-presidente da Câmara”, disse.
Lira negou qualquer perseguição política.
O parlamentar também criticou o presidente atual da Casa: “A minha presença na Mesa foi para demonstrar que a gente não pode se render.”
Glauber acusou Hugo Motta de impedir a abertura das galerias ao público durante a votação e disse que o presidente pautou seu caso e o de Carla Zambelli (PL-SP) no mesmo dia para criar uma “falsa simetria”.
🏛️ Votação surpresa e clima tenso
A decisão de pautar o caso pegou líderes partidários de surpresa. Na terça (9), deputados de esquerda tentaram obstruir a votação com questões de ordem. Houve bate-boca e intensa tensão no plenário.
O caso de Carla Zambelli, que já recebeu parecer pela cassação na CCJ, deve ser votado ainda nesta quarta.
🔒 Conselho de Ética e histórico do caso
O Conselho de Ética havia aprovado a cassação de Glauber em abril. O deputado iniciou uma greve de fome após o parecer, que só foi encerrada após Hugo Motta se comprometer a não pautar o caso no primeiro semestre.
Glauber voltou a defender sua atuação: “Me acusam de defender a honra da minha mãe, de denunciar orçamento secreto, de enfrentar Arthur Lira. Isso não é motivo para cassação. Para defender minha família, sou capaz de muito mais que um chute na bunda”, disse no plenário nesta quarta.
Por Fernando Átila







