A Polícia Federal informou neste sábado (22) que o ex-presidente Jair Bolsonaro declarou a agentes ter usado um ferro de solda para violar sua tornozeleira eletrônica durante a madrugada. A admissão aparece em vídeo gravado no momento da abordagem na residência do ex-mandatário (assista abaixo).
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Durante a ação, registrada pela PF, uma policial pergunta a Bolsonaro o que causou as avarias no equipamento:
“O senhor usou alguma coisa para queimar isso aqui?”
Bolsonaro responde: “Eu meti ferro quente aí. Curiosidade.”
Questionado se o objeto seria um ferro de passar, Bolsonaro esclarece:
“Não, ferro de soldar, de solda.”
A agente também pergunta se houve tentativa de arrancar a pulseira:
“O senhor tentar puxar a pulseira, também?”
Bolsonaro nega: “Não, não, não. Isso não. Não rompi a pulseira, não.”
No vídeo, a servidora relata:
“Pulseira aparentemente intacta, mas o ‘case’ violado.”
Ao ser questionado sobre o horário em que iniciou a interferência, Bolsonaro responde:
“No final da tarde.”
🎥 Vídeo mostra Bolsonaro relatando uso de ferro de solda
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⏱️ Cronologia da violação
A sequência de eventos confirmada pelas autoridades ocorreu da seguinte forma:
• 00h07 – Alarme da tornozeleira dispara.
• Acionamento imediato – A segurança do ex-presidente é contatada pela Secretaria de Administração Penitenciária do DF.
• 01h09 – A equipe confirma a violação e realiza a troca do equipamento.
• Confissão – Segundo a PF, o próprio Bolsonaro assume ter usado material de soldagem.
Autoridades ouvidas classificam o comportamento como de “enorme gravidade” e afirmam estar “perplexas” com a conduta do ex-mandatário.
📝 Investigação e relatório em andamento
A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal prepara um relatório detalhado sobre o episódio.
Investigadores consideram o ato intencional, descartando hipótese de falha comum, como bateria descarregada.
O objetivo da ação ainda é analisado.
🕯️ Vigília convocada por Flávio Bolsonaro preocupa autoridades
Além da violação da tornozeleira, autoridades avaliam a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro nas proximidades da residência do ex-presidente como um movimento político – e não apenas uma reunião religiosa.
Segundo fontes citadas, o ato poderia:
• Gerar tumulto,
• Criar risco para agentes, apoiadores e para o próprio Bolsonaro,
• Configurar mobilização de caráter político em momento sensível.
Essa avaliação influenciou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, por volta das 2h de sábado, de determinar a transferência de Bolsonaro para a Superintendência da PF em Brasília.
⚖️ Agravamento das medidas cautelares
O conjunto dos episódios levou ao endurecimento das medidas impostas ao ex-presidente:
• Proibição de uso de redes sociais;
• Colocação de tornozeleira eletrônica;
• Posterior prisão domiciliar;
• E agora, prisão em unidade da Polícia Federal.
Aliados afirmam que o processo referente ao golpe está em fase final de recursos e pode ter trânsito em julgado declarado pelo STF.
Nesse contexto, autoridades não consideraram a vigília uma simples reunião, mas sim um ato com potencial impacto político.
Por Heloísa Mendelshon









