As apreensões de drogas realizadas pelas Polícias do Ceará no primeiro trimestre de 2021 mais que dobraram em relação a igual período do ano passado. Quase uma tonelada (987 kg) de derivados da cannabis, crack e cocaína foi apreendida em ações policiais durante os meses de janeiro, fevereiro e março deste ano, superando em 109% os 472 quilos das mesmas substâncias no trimestre de 2020. Até agora, março figura como mês com maior arrecadação de entorpecentes feita pelas Polícias cearenses em 2021, com cerca de 455 kg apreendidos. Fruto de um trabalho de inteligência, investigação e de checagem de denúncias, as forças de segurança do Ceará se esforçam diariamente para combater atividades ilícitas relacionadas ao narcotráfico em diversas modalidades.
O montante de entorpecentes retirados de circulação tem grande impacto nas ações realizadas por organizações criminosas que se abastecem do tráfico de drogas para o cometimento de homicídios, roubos e diversos outros crimes. O titular da Delegacia de Narcóticos (Denarc) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), Alisson Gomes, comenta a relação entre o tráfico e as ações criminosas. “O aumento das apreensões representa os esforços da segurança pública no sentido de coibir o tráfico de entorpecentes, que é o crime combustível de todos os demais delitos, sobretudo os crimes violentos, no momento em que as organizações criminosas promovem essas ações pela disputa territorial do tráfico de drogas”.
A dinâmica policial por trás do combate aos grupos que atuam com o tráfico de entorpecentes no Ceará é baseada em inteligência, investigação e na deflagração de operações policiais para capturar os alvos investigados. “Nesse sentido, as apreensões representam o efetivo combate ao tráfico de drogas somado também às grandes operações que resultam na prisão desses traficantes, que são tirados de circulação e que enfraquecem o esquema delituoso, pois precisam dessas pessoas para fazer a logística do tráfico de drogas. Não menos importante, a Polícia Civil tem buscado fazer o desmantelamento financeiro dessas organizações criminosas, pois sem capital, eles não têm como estabelecer condições logísticas para fazer tais crimes”, destaca o delegado Alisson Gomes.
Falando em investigação, os investigadores da Denarc se debruçaram ao longo de seis meses para reunir elementos de informação com o intuito de montar um quebra-cabeça complexo e cheio de ramificações de um grupo criminoso especializado no narcotráfico no Ceará. A Operação Pompeius, palavra em latim que significa “quebra-cabeça”, foi deflagrada no último dia 31 de março deste ano em 20 municípios do Estado. Ao todo, foram cumpridos 186 mandados judiciais – sendo 90 de prisão e 96 de busca e apreensão – expedidos pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas. O trabalho de investigação continua.
Balanço
As apreensões de entorpecentes feitas pelas forças da segurança em março de 2021 correspondem a 408,52 kg de derivados de cannabis – incluindo maconha e haxixe –, 31,48 kg de cocaína e 14,59 kg de crack. Os índices de maconha e crack foram os maiores do ano até agora. Mais de 75% do total de drogas apreendidas no terceiro mês do ano aconteceram entre as 6 horas e as 17h59min, em ações diversas, seja em cumprimento de mandados judiciais e em situações de flagrante durante a checagem de denúncias sobre locais que armazenam os entorpecentes ou de suspeitos encarregados pela traficância.
Com aproximadamente 455 kg apreendidos, março de 2021 aparece, até agora, como o mês com a maior arrecadação de entorpecentes feita pelas Polícias cearenses. O valor é 616% superior à apreensão de 63 kg contabilizada no ano passado. Já em fevereiro deste ano, quando 150 kg de drogas foram retirados das ruas, o aumento foi 127% superior ao ano de 2020, que registrou 66 kg de material apreendido. Em janeiro de 2021 foram recolhidos 382 kg em todo o Estado, um aumento de 11% em relação ao ano passado, quando foram computados 343 kg no primeiro mês de 2020.
181
O Disque-Denúncia atende pelo número 181 e as ligações são gratuitas. O serviço é oferecido 24 horas por dia e as informações sigilosas para preservar o denunciante são tratadas pela Coordenadoria de Inteligência (Coin) da SSPDS. Tanto unidades da Polícia Militar quanto delegacias de Polícia Civil também contam com o serviço de recebimento de denúncias.