Os cardeais da Igreja Católica Romana iniciam nesta quarta-feira (7) o conclave que elegerá o novo papa, após a morte do papa Francisco no mês passado. A cerimônia de início acontece às 11h30 (horário de Brasília), na Capela Sistina, dentro do Vaticano, e marca o começo de um processo que remonta aos tempos medievais.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
Antes do início formal do conclave, os cardeais participaram de uma missa solene na Basílica de São Pedro, onde oraram por discernimento na escolha do novo líder da Igreja, que congrega cerca de 1,4 bilhão de fiéis em todo o mundo.
🕊️ Um processo sagrado e secreto
O conclave é reservado apenas a cardeais com menos de 80 anos – neste caso, 133 eleitores de 70 países, um número recorde que reflete os esforços de Francisco em tornar a Igreja mais global.
Os cardeais entram isolados do mundo externo, proibidos de qualquer comunicação até que se chegue a uma decisão.
A votação é secreta, e as cédulas são queimadas:
• Fumaça preta indica que não houve consenso;
• Fumaça branca e toque de sinos anunciam que um novo papa foi eleito.
📌 O que se busca no novo pontífice?
Durante os dias que antecederam o conclave, os cardeais expressaram divergências quanto ao perfil ideal para o sucessor de Francisco:
• Alguns defendem a continuidade da linha progressista e reformista do papa argentino.
• Outros desejam um retorno a valores mais tradicionais e conservadores.
• Há ainda quem deseje equilíbrio e previsibilidade, com um pontificado mais moderado.
Em sermão nesta manhã, o cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio de Cardeais (mas sem direito a voto por ter 91 anos), exortou seus colegas a deixarem de lado interesses pessoais e pensarem no bem da Igreja e da humanidade.
“Unidade não significa uniformidade, mas uma comunhão firme e profunda na diversidade”, disse Re.
🌍 Possíveis nomes e bastidores
Até o momento, não há um favorito claro. Entre os cotados estão:
• Pietro Parolin (Itália) – secretário de Estado do Vaticano;
• Luis Antonio Tagle (Filipinas) – símbolo de uma Igreja mais asiática e jovem;
• Jean-Marc Aveline (França);
• Peter Erdo (Hungria);
• Robert Prevost (EUA);
• Pierbattista Pizzaballa (Itália).
Se os primeiros votados não atingirem os dois terços necessários, os cardeais poderão redirecionar seus votos a candidatos com maior potencial de consenso, seja por afinidade doutrinária, linguística ou regional.
🔒 Alta tecnologia contra vazamentos
Para garantir o sigilo absoluto do processo, o Vaticano implementou bloqueadores de sinal e outras tecnologias contra espionagem eletrônica.
O conclave deve durar de dois a cinco dias, conforme a média histórica recente — o de 2013, que elegeu Francisco, foi encerrado em apenas dois dias.
🧭 O que está em jogo
Além de conduzir os rumos espirituais da Igreja Católica, o novo papa também assume um papel geopolítico único: voz moral global, com capacidade de influenciar debates sobre paz, pobreza, direitos humanos e meio ambiente.
“Quem quer que seja escolhido, acho que será um papa que continuará o trabalho iniciado por Francisco”, disse o cardeal Gregorio Rosa Chávez, de El Salvador, ao Corriere della Sera.
Por Aline Dantas