Foram 35 anos de espera rubro-negra até uma nova semifinal de Libertadores e, por um capricho do destino, coube ao clube justamente o mesmo adversário que foi seu algoz em 1984. Hoje, às 21h30, o Flamengo visita o Grêmio com o objetivo de reescrever a história, mas terá pela frente um rival que entra em sua arena mais “tranquilo” e com um histórico que lhe favorece.
Naquele ano, tricolores e rubro-negros mediram forças na mesma fase da competição. Na ocasião, o regulamento apontava que o vencedor de um triangular avançaria à final. Em um grupo que reunia os dois brasileiros e os venezuelanos da ULA Mérida, o Tricolor avançou até a final contra o Independiente. Na decisão, melhor para os argentinos. Nos confrontos entre os brasileiros, o Grêmio goleou em casa por 5 a 1, e o Fla venceu por 3 a 1 no Rio.
Neste intervalo de tempo, a Libertadores foi sinônimo de glórias para os gremistas e de frustração para os rubro-negros. Se para os gaúchos foram dois títulos e dois vice-campeonatos, os cariocas acumularam fracassos em série, que incluíram eliminações para Defensor, Cruzeiro, América do México, Universidad de Chile, dentre outras.
As quedas transformaram o torneio em uma espécie de obsessão na Gávea. Por outro lado, torcedores do Grêmio são íntimos da competição e chegam pela terceira vez seguida a uma semi.
“O Flamengo, no papel, tem 90% do time em nível de seleção brasileira. Eu gosto de trabalhar com os garotos. Os jogadores prontos e mais os garotos. O Flamengo, com dinheiro, contratou muito bem e montou uma seleção. Mas o Grêmio está junto com o Flamengo sem gastar”, alfinetou o técnico Renato Gaúcho.
Essa espetada do treinador foi frequente nos dias que antecederam o clássico, e o fogo cruzado atingiu técnicos e dirigentes. Os jogadores do Fla, no entanto, optaram por uma postura mais comedida.
“Não sei se é estratégia do Renato. Não sei o motivo. Não tem “oba oba”. Estamos focados na próxima partida. Temos de melhorar, mas temos confiança no que fazemos no dia a dia. Estamos em um grande momento, mas com os pés no chão”, afirmou Willian Arão.
A tendência é que o Flamengo vá com seu time considerado principal, enquanto o Grêmio não deverá contar com Geromel e Jean Pyerre, ambos lesionados. Depois de 35 anos, os dois gigantes brasileiros vão para uma espécie de segundo round pela glória sul-americana. No final de dois confrontos apenas um seguirá de pé.
Fonte: UOL