A atriz Fernanda Rodrigues revelou, nesta segunda-feira (18), que o carcinoma basocelular, tipo mais comum de câncer de pele, voltou a aparecer um ano após a primeira cirurgia para retirada da lesão. Em um vídeo publicado no Instagram, a artista contou que passará por um novo procedimento cirúrgico.
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“Eu conheço pessoas que já operaram cinco, seis vezes. Preciso me cuidar e cada vez mais me proteger. Esses resquícios da vida do sol eu vou ter que lidar com eles”, disse Fernanda.
O câncer de pele mais frequente
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o carcinoma basocelular representa cerca de 80% dos casos de câncer de pele não melanoma no Brasil. É também o tipo de câncer mais diagnosticado no mundo, com milhões de novos registros a cada ano.
Apesar da alta incidência, especialistas ouvidos pelo Revista Cariri ressaltam que o tumor costuma ser menos agressivo que outros, como o melanoma.
“O carcinoma basocelular cresce de forma lenta e local, destruindo os tecidos ao redor, mas quase nunca dá metástases. O grande risco é deixar a lesão evoluir sem tratamento”, explica a oncologista Simone Vegas.
Como identificar
O carcinoma basocelular geralmente aparece em áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço, orelhas e couro cabeludo. Os sinais mais comuns incluem:
• feridas que não cicatrizam por semanas;
• “carocinhos” ou nódulos de aspecto perolado ou translúcido;
• manchas avermelhadas que podem sangrar;
• crostas persistentes que voltam a abrir.
Segundo a dermatologista Mônica Garcia, responsável pelo Ambulatório de Oncologia Cutânea do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), muitas vezes a doença não causa dor, o que faz com que o paciente demore a procurar ajuda.
“O mais importante é desconfiar de qualquer ferida que não cicatrize em até quatro semanas. O diagnóstico precoce aumenta muito as chances de cura”, alerta.
Fatores de risco
O principal fator de risco é a exposição solar sem proteção, acumulada ao longo da vida. Também aumentam as chances:
• pele, olhos e cabelos claros;
• histórico de queimaduras solares na infância;
• uso de câmaras de bronzeamento artificial;
• idade acima de 40 anos (embora possa surgir antes em pessoas muito expostas ao sol).
Homens são ligeiramente mais afetados do que mulheres.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado por dermatologista, geralmente com auxílio do dermatoscópio, uma lente especial que amplia a lesão. Em muitos casos, é feita uma biópsia para análise em laboratório.
“Essa etapa é essencial para confirmar o tipo de câncer e definir o tratamento adequado. Como o carcinoma basocelular não dói, muitos pacientes demoram meses ou até anos para procurar ajuda”, reforça Mônica.
Tratamentos disponíveis
A cirurgia continua sendo o tratamento de primeira escolha e apresenta taxas de cura acima de 90%. O procedimento é feito com anestesia local e, na maioria dos casos, sem necessidade de internação.
Outras opções incluem:
• radioterapia, indicada para quem não pode ser operado;
• crioterapia, que utiliza nitrogênio líquido para destruir células superficiais;
• medicamentos tópicos em casos iniciais;
• terapias-alvo (como Vismodegibe e Sonidegibe), usadas em casos avançados.
Nos últimos anos, a imunoterapia também começou a ser utilizada em situações mais graves, quando os tumores resistem a outras abordagens.
Riscos e prevenção
Embora raramente cause metástase, o carcinoma basocelular pode crescer bastante se não tratado, atingindo cartilagens, ossos e causando deformidades.
Pacientes que já tiveram a doença, como Fernanda Rodrigues, têm maior chance de desenvolver novos tumores e precisam de acompanhamento regular.
“O ideal é que esses pacientes façam consultas de rotina pelo menos duas vezes ao ano, além do autoexame em casa”, orienta Simone.
A prevenção é baseada em proteção solar diária, com uso de protetor reaplicado a cada três horas, roupas adequadas, chapéus e evitar o sol entre 10h e 16h.
“Não é só passar protetor na praia. A proteção precisa ser um hábito diário, porque o sol do dia a dia também deixa marcas que se acumulam na pele”, reforça a oncologista.
Perspectivas
Avanços recentes em diagnóstico e terapias personalizadas já permitem tratamentos menos invasivos e mais eficazes, mesmo em casos graves. Pesquisas em imunoterapia e genética tumoral devem ampliar as opções nos próximos anos.
Por Fernando Átila










