O ator Gésio Amadeu, de 73 anos, morreu nesta quarta (dia 5), por falência múltipla dos órgãos. O ator estava internado no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, desde o fim de junho, após contrair o novo coronavírus. Ele teria se contaminado após passar uma consulta médica. Amigos e familiares chegaram a fazer uma campanha nas redes sociais pedindo doação de sangue para o artista.
Foi seu filho Mario Amadeu quem se manifestou por meio por meio de uma publicação no Facebook, confirmando a morte do pai.
“Meu pai acabou de falecer. Falência múltipla de órgãos. Por ora, somente essa informação. Assim que possível postaremos mais”, dizia ele na postagem.
Gésio estava internado com Covid-19 por ter pressão alta. Durante o período em que esteve no hospital, Mario se manifestou nas redes sociais: “Sobre o quadro de saúde de meu pai: Muitos sabem e muitos não sabem, mas estou aqui para esclarecer algumas coisas que estão acontecendo com meu pai, que pegou a Covid-19. Meu pai, o ator Gesio Amadeu, no dia 24 de maio, foi a um primeiro hospital para realizar exames pois estava com a pressão alta fazia dias. Como a pressão não abaixava, por determinação médica, ele foi internado. Ele ficou 8 dias na UTI e provavelmente lá ele contraiu Covid. Foi na UTI deste primeiro hospital que meu pai teve febre a primeira vez. Ele teve alta e foi para um quarto, aí eu comecei a acompanhar o meu velho”, disse na ocasião.
Nascido na cidade de Santos Dumont, em São Paulo, Gésio iniciou a carreira de ator em 1969 na extinta TV Tupi, onde participou do elenco de várias novelas que se tornaram clássicos como Éramos Seis, O Direito de Nascer e Gaivotas. Ele também chegou a atuar em alguns folhetins exibidos pela TV Bandeirantes como O Todo Poderoso e Os Imigrantes. Na Rede Globo, fez longa trajetória e personagens marcantes, atuando em diversas produções. Na mais recente, Velho Chico (2012), deu vida ao Chico Criatura, nascido e criado na cidade de Grotas do São Francisco, era dono do bar mais frequentado do lugar, ponto de encontro do povo e palanque político dos coronéis e fazendeiros da região. Entre os trabalhos na emissora, estão o programa Você Decide e os folhetins Renascer (1993); A Viagem (1994) _que será reexibida em dezembro, no canal Viva_; Flor do Caribe (2013) e na série Força-Tarefa (2009), além de ter vivido o personagem Tio Barnabé na versão de 2007 do Sítio do Picapau Amarelo, baseado na obra de Monteiro Lobato.
O ator também ficou popular entre o público infantil por sua participação na novela Chiquititas, em que interpretou o personagem Tio Chico. Algumas atrizes do elenco da atração, inclusive, se juntaram para fazer uma homenagem a Gésio.
Além da TV, Gésio também fez longa carreira no teatro, atuando em clássicos como Eles não Usam Black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, sua estreia no palco em 1982. Na mesma época, ele estrelou sua primeira novela na Rede Globo, Sol de Verão, de Manoel Carlos, seguida por Sinhá Moça (1986), em que fez o papel de Fulgêncio.
Após a experiência na emissora, ele fez uma passagem pela TV Manchete, trabalhando em novelas como A História de Ana Raio e Zé Trovão (1990), Floradas na Serra (1981) e O Fantasma da Ópera (1991).
Memoráveis também foram seus personagens no cinema, onde ele estreou em 1970 no clássico A Moreninha, de Glauco Mirko Laurelli. Ele atuou ainda nos filmes As Vidas de Maria (2003), de Di Moretti; Porto das Monções (2008) e O Anônimo (2013), ambos de de Vicentini Gomez, e, recentemente, no documentário Pitanga, que narra a história de Antônio Pitanga, ator e pai da atriz Camila Pitanga (diretora do longa-metragem ao lado de Beto Brant) e no longa Histórias e Estórias (2017), de Vicentini Gomez, sobre a cidade de Presidente Prudente. Sua carreira soma mais de 50 trabalhos no teatro e no cinema.
Gésio Amadeu deixa mulher, Gabriela Rabelo, e três filhos: Ana, Mário e Miriam, além do enteado, Rodrigo.
A família ainda não divulgou informações sobre enterro e velório, que não devem ser abertos ao público já que o ator tinha Covid-19.