O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anulou três questões do Enem 2025 após suspeita de vazamento envolvendo um cursinho pré-vestibular no Ceará. A Polícia Federal será acionada para investigar o caso.
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A polêmica surgiu depois que um estudante de Medicina de Sobral, Edcley Teixeira, divulgou nas redes sociais que teria “previsto” itens das provas de Matemática e Ciências da Natureza, aplicadas no domingo (17). Em vídeos e capturas de tela publicados por ele mesmo, o monitor exibiu questões idênticas às encontradas no exame oficial.


🔍 Inep confirma anulação e cita “similaridades pontuais”
Em nota, o Inep informou que, ao identificar relatos de antecipação de questões, a equipe responsável pela montagem das provas analisou o caso e decidiu pela anulação de três itens.
“A equipe técnica analisou as circunstâncias e decidiu, com base em informações sobre a montagem do teste, pela anulação de três itens aplicados”, afirmou o órgão em nota.
Apesar de negar que qualquer questão tenha sido apresentada exatamente como no Enem, o Inep reconheceu a existência de similaridades pontuais entre os itens aplicados e os conteúdos divulgados pelo monitor.
A prova do estudante, publicada no YouTube cinco dias antes do exame, trazia enunciados com os mesmos números, abordagens e até ordem das alternativas encontradas no exame oficial.
📲 Repercussão entre candidatos e órgão oficiais
Candidatos que fizeram o Enem relataram as coincidências nas redes sociais já na segunda-feira (17) e começaram a marcar contas do Inep, do MEC e do ministro Camilo Santana cobrando explicações.
A repercussão levou o Inep a acionar a Polícia Federal para apurar a conduta e a possível quebra de sigilo: “A Polícia Federal foi acionada para apurar a conduta e garantir a responsabilização por eventual quebra de confidencialidade ou ato de má-fé.”
O Instituto também afirmou que todos os protocolos de segurança foram rigorosamente cumpridos desde a elaboração até a aplicação da prova.
🎙️ Monitor diz que Enem é “previsível”
Após a repercussão, o monitor Edcley Teixeira publicou vídeos afirmando que o Enem é previsível e que desenvolveu um algoritmo capaz de antecipar questões. Ele também declarou ter acesso ao “TRI oficial do Inep”, referência à Teoria de Resposta ao Item, metodologia usada para calcular as notas do exame.
Segundo ele, conhecer o estilo da prova e estudar artigos dos possíveis elaboradores torna possível antecipar o que poderá cair no exame.
Essa não foi a primeira vez em que o monitor afirmou ter “previsto” questões: registros mostram que o mesmo ocorreu em 2023 e 2024.
👩👧 Mãe de candidata apresenta denúncia ao MPF
A mãe de uma estudante do Ceará formalizou uma denúncia ao Ministério Público Federal alegando suspeita de vazamento. Ela afirma que a filha, que sonha em cursar Medicina, ficou “muito abalada” com a situação.
“Só nós pais sabemos como é um momento crítico. É revoltante saber que algumas pessoas tiveram acesso antecipado. Isso descredibiliza o processo e o estado do Ceará”, afirmou.
O MPF informou, por meio da assessoria, que ainda não há investigação instaurada sobre o caso.
👁️ Monitoramento de elaboradores seria estratégia
Edcley também declarou que monitora chamadas públicas do Inep para identificar professores que podem compor a equipe de elaboração. Segundo ele, após encontrar os docentes pelas redes sociais, estuda artigos acadêmicos deles com a convicção de que os temas serão “reciclados”.
Após as críticas, o universitário negou que as questões fossem idênticas e reforçou que suas previsões se baseiam na repetição de padrões do exame.
Por Fernando Átila










