Um projeto desenvolvido por alunos da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Governador Adauto Bezerra, no Crato, alia arte e ecologia para enfrentar problemas ambientais urbanos de forma criativa e acessível. Nomeado Ecoart, o trabalho dos estudantes Maria Eduarda Silva e Pablo Kallebe Matos, ambos de 17 anos, reaproveita óleo de cozinha usado como matéria-prima para produzir tintas destinadas a atividades culturais e sociais.
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Sustentabilidade
O principal objetivo do Ecoart é prevenir o descarte inadequado de óleo na rede de esgoto, prática que pode causar danos ao meio ambiente e ao sistema de saneamento. Além do óleo, materiais como folhas secas, urucum, pó de café e beterraba são utilizados na formulação das tintas, coletados na comunidade do bairro Seminário, onde a escola está localizada.

“Queríamos encontrar uma solução criativa para o descarte incorreto do óleo. Após muitos testes, descobrimos a proporção ideal de ingredientes, todos seguros e acessíveis. Gostei especialmente de ver como cada material dava uma coloração única, o que me motivou a explorar ainda mais possibilidades”, explicou Kallebe.
Maria Eduarda destacou o impacto ambiental e cultural do projeto: “As tintas permitem que artistas transmitam mensagens de sustentabilidade, incentivando a reflexão sobre reciclagem e o uso de materiais alternativos. Isso reduz a dependência de substâncias químicas e processos industriais poluentes.”
Reconhecimento e prêmio nacional
O Ecoart ganhou destaque ao vencer a 6ª edição do Prêmio Jovens Pioneiros, que reconhece iniciativas inovadoras. Como parte da premiação, os estudantes viajaram a São Paulo, onde participaram de um roteiro cultural e histórico entre os dias 7 e 10 de janeiro. Durante o evento, compartilharam o projeto com outros vencedores e participaram de palestras motivacionais.
Maria Eduarda destacou o impacto da viagem: “Foi uma experiência transformadora. Conhecemos histórias de superação que nos inspiraram a querer ir além. Essa jornada nos mostrou o valor da persistência e do apoio familiar para alcançar nossos objetivos.”
Kallebe complementou: “Aprendi a importância do trabalho em equipe e da autoconfiança. Descobrimos que, juntos, podemos alcançar resultados muito maiores do que sozinhos.”

Expansão
O Ecoart também visa ampliar seu impacto social. A dupla incluiu alunos neurodivergentes em ações do projeto, reforçando seu caráter inclusivo. Segundo Kallebe, o objetivo é participar de novas iniciativas dentro e fora da escola, inspirando mudanças ambientais e culturais.
“O projeto mostrou que soluções simples podem gerar transformações significativas. Estamos comprometidos em expandir o Ecoart e continuar promovendo a conscientização sobre sustentabilidade e saneamento”, afirmou.
Maria Eduarda finalizou com uma mensagem de motivação: “Se conseguimos transformar algo simples em algo inovador, todos podem fazer o mesmo. É uma questão de acreditar na criatividade e no impacto das pequenas ações.”

Educação ambiental na prática
O diretor da EEMTI Governador Adauto Bezerra, Cícero Adauto dos Santos, celebrou a iniciativa: “A escola deve apoiar projetos como o Ecoart, que fortalece a educação ambiental e inspira a comunidade a cuidar do meio ambiente. Essa conscientização ultrapassa os muros da escola e reverbera nas ações cotidianas dos cidadãos.”
Por Bruno Rakowsky