Natural da pequena Vila Padre Cícero, no município de Milagres, o estudante Nattalos Casseano, de 27 anos, transformou um sonho de infância em realidade ao ser aprovado em Medicina na Universidade Estadual do Ceará (Uece). Filho de agricultores analfabetos, ele superou uma série de obstáculos ao longo de seis anos de preparação até alcançar o 5º semestre da graduação.
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🌱 Infância no campo e sonhos na UBS
Desde pequeno, Nattalos acompanhava os pais — dona Cícera Casseano e seu José Ronaldo — nas atividades da roça, junto à irmã, Natanaeli. A rotina era dividida entre as aulas pela manhã e o trabalho agrícola à tarde. A inspiração para seguir a Medicina veio da observação de profissionais da saúde que atuavam numa unidade básica próxima.
“Via aquelas pessoas vestidas de branco e pensava: ‘Quero ser como elas’”, relembra.

💪 Seis anos de luta e persistência
A jornada rumo à aprovação exigiu força de vontade e criatividade. Nattalos estudou por conta própria, com bolsas parciais e, depois, com ajuda de professores que se sensibilizaram com sua história. Durante a pandemia, conseguiu uma bolsa integral ao trabalhar como professor de redação, função que ainda exerce em formato remoto.
🚎 “Eu saía correndo para não perder o ônibus. A aula acabava às 19h, mas o transporte passava às 16h30. Tinha professor que me deixava em casa porque sabia da minha vontade de estudar”, conta.
💬 Enquanto enfrentava críticas veladas sobre o tempo dedicado ao cursinho, sua mãe o defendia com firmeza: “Ela dizia: ‘Ele vai chegar lá, aos pouquinhos’”, relembra, emocionado.

🎯 A conquista: Medicina na Uece
A aprovação veio em 1º de janeiro de 2023, durante um retiro espiritual. “Estava indo para o sétimo ano de cursinho, achava que não conseguiria. Mas Deus me honrou”, relata.
Hoje, no 5º semestre, Nattalos estagia na universidade, compartilha dicas e motivação nas redes sociais e mantém firme o objetivo de se tornar cirurgião geral. “É a especialidade que sempre me atraiu.”
Como conselho, ele deixa uma lição: “Não se compare com o outro no sentido negativo. Cada pessoa tem sua trajetória. Se você tem um objetivo, não desista.”
Por Heloísa Mendelshon