Nesta segunda-feira (16), o Banco Central (BC) oficializou o lançamento do Pix Automático, nova funcionalidade do sistema de pagamentos instantâneos que promete substituir o débito automático e os boletos mensais em pagamentos recorrentes. O recurso já estava disponível em caráter piloto no Banco do Brasil, mas agora passa a ser ofertado por todas as instituições financeiras do país.
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🔁 Como funciona o Pix Automático
A nova modalidade permitirá que pagamentos fixos e regulares — como mensalidades escolares, contas de água, luz, academias e planos de saúde — sejam programados para débito automático usando a tecnologia do Pix. O processo oferece liquidação imediata, 24 horas por dia, com possibilidade de gerenciamento direto via aplicativo bancário.
Empresas interessadas em utilizar o Pix Automático precisarão estabelecer parcerias com os bancos e definir previamente datas de vencimento. A ativação poderá ocorrer por meio de QR Codes, e o cliente terá liberdade para autorizar ou cancelar os pagamentos.
O Banco do Brasil, por exemplo, disponibiliza vantagens exclusivas, como o agendamento de cobranças com até 90 dias de antecedência — enquanto outras instituições iniciarão com prazo de 10 dias — e a possibilidade de receber em até seis contas diferentes.
💡 Objetivo do BC: extinguir o débito automático tradicional
A expectativa do BC é que o Pix Automático aposente métodos antigos, como carnês, boletos bancários e o débito automático tradicional, tornando o processo de cobrança mais rápido, acessível e transparente.
“O Pix transformou o ecossistema financeiro brasileiro ao criar uma alternativa a processos burocráticos, lentos e custosos”, destaca Sandro Benone, doutor em cibersegurança. Para ele, a nova função reforça a eficiência e segurança do sistema ao eliminar intermediários e permitir rastreabilidade completa das transações.
📊 O crescimento impressionante do Pix
Desde seu lançamento, o Pix se consolidou como o meio de pagamento mais popular do país, ultrapassando inclusive os cartões de crédito. Em 2024, foram realizadas 57 bilhões de transações, movimentando o equivalente a R$ 21 trilhões. Cerca de 75% da população brasileira já utiliza o sistema, segundo dados do BC e da Payments and Commerce Market Intelligence (PCMI).
O Pix respondeu por 40% das compras online, superando os 34% registrados por cartões de crédito nacionais. Em datas específicas, como o Carnaval de 2025, a penetração chegou a 77% das transações no e-commerce.
📈 Especialistas veem o Pix como modelo global
“O Pix não só democratizou o acesso ao sistema financeiro, como abriu um novo capítulo da digitalização no Brasil”, afirma Ana Luísa Dantas, economista, ao Revista Cariri. Ela aponta que a praticidade, segurança e usabilidade do sistema foram fatores determinantes para sua rápida adoção.
Além disso, o Pix já recebeu diversas funcionalidades:
• Pix Saque e Pix Troco
• Pix por Aproximação (NFC)
• Pix Parcelado e Pix Garantido
• Pix Internacional
• E agora, o Pix Automático
🔐 Segurança e combate a fraudes
Apesar da popularidade, o sistema enfrenta desafios, como o aumento de fraudes por engenharia social. Segundo relatório da Silverguard (dez/2024), 97% das tentativas de golpe foram do tipo APP fraud — quando o usuário é induzido a realizar a transferência.
Ainda assim, a taxa de fraude no Pix é 100 vezes menor do que no cartão de crédito. O BC tem adotado medidas rigorosas, como autenticação forte, criptografia, limites noturnos e o Mecanismo Especial de Devolução (MED).
🌎 Base para o futuro financeiro do país
Com mais de 817 milhões de chaves cadastradas, 547 milhões de contas ativas e 182 milhões de usuários, o Pix caminha para ser a base da integração com moedas digitais, como o Drex (real digital), além de fomentar novos serviços financeiros no Brasil.
“O Pix é hoje o maior caso de sucesso de inclusão financeira digital do Brasil e um modelo observado pelo mundo”, conclui Sandro.
Por Aline Dantas