O cineasta Cacá Diegues morreu na madrugada desta sexta-feira (14), no Rio de Janeiro, aos 84 anos. Ele sofreu complicações após um procedimento cirúrgico, mas detalhes sobre a internação e o tipo de cirurgia não foram divulgados.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
O velório está previsto para ocorrer ainda nesta tarde na sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), onde Diegues ocupava a cadeira de número 7. Até o momento, não há informações sobre o local do enterro.
Uma vida dedicada ao cinema
Carlos José Fontes Diegues nasceu em Maceió, Alagoas, em 19 de maio de 1940. Aos seis anos, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde cresceu no bairro de Botafogo, na Zona Sul.
Diegues foi um dos principais nomes do Cinema Novo, movimento que revolucionou o cinema brasileiro nos anos 1960, ao lado de Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo César Saraceni e Joaquim Pedro de Andrade. Sua filmografia inclui mais de 20 longas-metragens, que abordaram questões sociais, políticas e culturais do Brasil de forma inovadora.
Entre seus filmes mais premiados estão “Xica da Silva” (1976), “Bye bye Brasil” (1980), “Tieta do Agreste” (1995) e “Deus é brasileiro” (2003). Outras produções marcantes incluem “Ganga Zumba” (1964), “Quilombo” (1984), “Orfeu” (1999) e “O grande circo místico” (2018), inspirado na obra do poeta Jorge de Lima.
Ao longo da carreira, Diegues recebeu diversas homenagens e prêmios, incluindo uma celebração especial no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2012, realizado no Theatro Municipal do Rio.
Reconhecimento e homenagens
O impacto de Cacá Diegues na cultura brasileira não se limitou ao cinema. Em 2016, foi homenageado pela escola de samba Inocentes de Belford Roxo, que levou para a avenida o enredo “Cacá Diegues — Retratos de um Brasil em cena”. O cineasta desfilou no último carro alegórico e descreveu a homenagem como “um grande encontro familiar”.
Em 2018, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupando a cadeira 7, que antes pertencia ao cineasta e amigo Nelson Pereira dos Santos. Entre os ocupantes anteriores da cadeira estão figuras como Euclides da Cunha e Dinah Silveira de Queiroz.
Família
Cacá Diegues deixa sua esposa, a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães, com quem era casado desde 1981, e quatro filhos — dois deles do casamento com a cantora Nara Leão.
Por Aline Dantas